Lula e delações no ‘JN’ ‘tocam o terror’ no horário nobre

Aparição de ex-presidente e divulgação de inquéritos contra poderosos esquentam a TV aberta

12 abr 2017 - 09h39
O ex-presidente e os âncoras do 'JN' roubaram a cena na TV
O ex-presidente e os âncoras do 'JN' roubaram a cena na TV
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula e Estevam Evellar/TV Globo

“Políticos só têm medo do ‘Jornal Nacional’”, disse uma fonte ao veterano do jornalismo Lucas Mendes, da ‘GloboNews’.

É provável que eles tenham outros temores, mas, sem dúvida, o principal telejornal da Globo representa a maior ameaça à imagem de alguém com muito a esconder.

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A edição de terça-feira (11) do ‘JN’ deixou essa gente aterrorizada. No ar das 20h40 às 21h44, William Bonner e Renata Vasconcellos detalharam a abertura de inquéritos, autorizada pelo ministro do STF e relator da Operação Lava Jato Edson Fachin, contra alguns dos homens e mulheres mais poderosos da República.

O âncora fez um esclarecimento ao telespectador: o pouco tempo disponível entre a revelação da lista e o início do telejornal obrigou a equipe a priorizar a divulgação a respeito de ministros, governadores e chefes de poder no Congresso – o presidente Michel Temer e os ex-presidentes Dilma, Lula e Fernando Henrique Cardoso também foram citados entre os ‘vips’.

Bonner e Renata gastaram saliva extra para dar conta de tantos nomes, detalhes das delações e respostas de defesa dos acusados. “Nunca vi William Bonner trabalhar tanto como hoje”, ironizou a internauta-telespectadora Daniela Couto na página do ‘JN’ no Facebook.

O medo dos políticos está relacionado à influência do ‘Jornal Nacional’. Em boa fase no Ibope, a atração chega a registrar média de 32 pontos na Grande São Paulo. Índice este que representa 6,5 milhões de pessoas na maior – e mais midiática – região metropolitana do País.

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Uma citação negativa no ‘JN’ pode prejudicar ambições eleitorais e afastar apoiadores. Repercussão ruidosa que nenhum marqueteiro é capaz de controlar.

Nos dez minutos que antecederam o começo do ‘Jornal Nacional’, o programa eleitoral do PT teve a participação de Lula. A aparição do líder do partido gerou panelaços em algumas cidades e forte reação a ele – contra e a favor – nas redes sociais, inclusive em páginas oficiais da Globo.

No ar durante boa parte da propaganda petista, Lula teve uma visibilidade relevante em noite quente para o telejornalismo brasileiro – e a aproveitou para disparar artilharia contra Temer e a atual política econômica.

Ao contrário dos políticos temerosos do ‘JN’, o ex-presidente e pré-candidato ao Planalto em 2018 parecia confortável no horário colado ao telejornal mais visto e criticado da televisão brasileira.

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Não é exagero afirmar que o 11 de abril de 2017 será lembrado como um dos dias mais tensos do jornalismo e da política.

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Fonte: Especial para Terra
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