Elas, mais velhas, intelectualizadas, bem-sucedidas, exuberantes. Eles, mais jovens, galãs, cobiçados, em início de carreira.
Proporções delimitadas, a França de 2017 se parece com o Brasil do ano 2000. Hoje, o favorito a vencer a eleição presidencial lá, Emmanuel Macron, e sua mulher, Brigitte Trogneux, enfrentam a mesma desconfiança que se abateu aqui, no passado, sobre Marília Gabriela e Reynaldo Gianecchini.
Parte da imprensa francesa e internacional insiste em destacar a diferença de idade entre o banqueiro e político novato, de 39 anos, e a professora, de 64, assim como a mídia brasileira usava megafone para gritar os anos que separavam Gabi, então com 52, e Giane, que tinha 27 anos quando estreou como ator em ‘Laços de Família’.
Nos dois casos, os 25 anos que separam marido e mulher geraram fofocas das mais variadas: desde casamento por interesse até disfarce para hipotética homossexualidade. “Macron é gay ou não é gay?”, mexericou Lucas Mendes no ‘Manhattan Connection’ da GloboNews.
É a velha história: homem mais velho com mocinha pode, já uma mulher madura com um companheiro com idade para ser filho dela... A parte machista da sociedade ainda reluta aceitar as incondicionalidades do amor.
Brigitte, que atrai tantos flashes quanto Macron, recebeu apelidos variados. ‘Barbie na menopausa’ é um dos mais leves. Segura de si, ela ignora os desafetos e aproveita a fama. Assediada por grifes caras interessadas em vesti-la, virou referência de moda. É a primeira-dama que os estilistas franceses pediram a Deus.
Os franceses mais recatados só esperam que, se Emmanuel Macron for mesmo eleito, não protagonize escândalos sexuais como seus antecessores François Hollande (flagrado na casa da amante), Nicolas Sarkozy (largou a esposa para ficar com Carla Bruni), Jacques Chirac (levava ‘amigas’ nas viagens ao exterior), François Mitterrand (mantinha duas famílias)... Hemingway sabia o que escrevia: Paris é mesmo uma festa!
Em tempo: Marília Gabriela e Reynaldo Gianecchini, que se conheceram justamente às margens do Sena na Copa do Mundo de 1998, se separaram em 2006. Permanecem amigos e incentivadores um do outro – elegância à francesa.