A fazendeira de cacau Cândida já está entre os melhores papéis da carreira de Maria Fernanda Cândido. A referência a seu sobrenome não é coincidência: a personagem foi criada especialmente para a atriz.
O autor Bruno Luperi, responsável por atualizar o texto escrito por seu avô, Benedito Ruy Barbosa, na versão original de ‘Renascer’, em 1993, a presenteou com um papel que ressalta sua maturidade artística. Foi em ‘Terra Nostra’, criada pelo veterano, que ela estreou na Globo interpretando a italiana Paola em 1999.
Viúva e solitária, Cândida representa ao mesmo tempo a força feminina e a fragilidade da mulher que perde o grande amor. A coragem de enfrentar homens violentos e a delicadeza do olhar sobre um estranho que precisa de ajuda para sobreviver.
Uma mulher ligada à terra e ciente de que não pode se prender a um lugar. Ao final do capítulo (média de 26 pontos segundo dados prévios, maior que a do início de ‘Terra e Paixão’), ficou o desejo de ‘quero mais’.
A bela caracterização de envelhecimento valorizou a atuação contida de Maria Fernanda, que completará 50 anos em maio. Ela inseriu realismo e poesia nos olhares, nos gestos, no sotaque, na interação com colegas de cena.
A artista não fazia novela na Globo desde ‘A Força do Querer’, encerrada em outubro de 2017, quando viveu a fútil socialite Joyce, mãe do transexual Ivan. Radicada com o marido e os dois filhos em Paris, ela prioriza a carreira no cinema, especialmente produções europeias.
Vê-la na televisão brasileira é um presente ao público.