Na última semana de janeiro, alguns SBTistas lamentaram a morte do maquiador Ermecilio Giorizatto, o Ermo, responsável ao longo de décadas por preparar o rosto de Silvio Santos para as gravações.
Aposentado, ele havia se mudado de São Paulo para Vitória, no Espírito Santo, e sofria de complicações do diabetes. “Um grande amigo da TV”, comentou o diretor Walter Wanderley, mais conhecido como Goiabinha.
Trata-se da partida final de mais um profissional importante na trajetória do dono do SBT. A caminho dos 94 anos e afastado dos estúdios desde 2022, ele sobreviveu à maioria dos seus colaboradores fiéis.
A começar pelo locutor Lombardi (Luiz Lombardi Netto), com quem fez parceria por 40 anos. Era ‘a voz’ dos programas, quase uma extensão do próprio Silvio. Sua figura misteriosa se tornou uma atração à parte: todo mundo queria conhecer seu rosto. Morreu de infarto aos 69 anos em dezembro de 2009.
Silvio Santos também foi obrigado a se despedir da ex-assistente de palco Marisa Teixeira, dos ex-diretores de programas Orlando Macrini e Roberto Manzoni, do ex-diretor de programação e braço direito Ricky Medeiros, do coordenador de chamadas e pioneiro do SBT Luiz Felipe Agostinelli.
O apresentador disse adeus ao irmão Leon Abravanel, que o ajudou a criar o canal e, às vezes, fazia aparições diante das câmeras. Lamentou também a morte do jornalista e amigo Plácido Manaia Nunes, criador do ‘Troféu Imprensa’, e do diretor Demerval Gonçalves, nome fundamental para a criação da emissora em 1981.
A lista é extensa. A maioria dos funcionários e colaboradores mais antigos de Silvio Santos já morreu, incluindo artistas que deram valiosa contribuição para o sucesso da TVS, depois renomeada SBT, como Gugu Liberato, Hebe Camargo e Jô Soares.
Distante dos estúdios, outra perda abalou o mais popular apresentador da TV, a de seu médico de confiança Morton Aaron Scheinberg. Esse talvez seja o maior ônus de viver muitos anos, acima da média: enterrar pessoas queridas, com participação fundamental em nossa existência.
Em algumas entrevistas, Silvio Santos declarou acreditar que há algo “do outro lado”, indicando a crença na continuidade da vida após a morte. Talvez isso dê algum conforto a ele depois de tantas perdas.