A última foto postada por Rick Genest em seu perfil pessoal no Instagram (@rickgenestofficial) se tornou assustadoramente premonitória: o modelo conhecido como Zombie Boy aparece segurando uma faca contra o próprio pescoço, está com a boca coberta por fita adesiva e expressa pânico no olhar. Parece uma simulação de suicídio ou assassinato.
O post de novembro de 2017 virou a versão virtual do livro de condolências pela morte precoce do jovem canadense. Milhares de admiradores escreveram mensagens de adeus – muitas em português – na área de comentários.
Encontrado morto em seu apartamento na cidade de Montreal, ele deixa milhões de fãs virtuais e tantos outros no mundo real. A polícia suspeita de suicídio. Rick completaria 33 anos no próximo dia 7.
Sua fama começou no Facebook, em 2010, com uma página repleta de fotos de seu corpo coberto por tatuagens, imitando um esqueleto. Ele tinha 90% da pele desenhada.
Admirador de filmes de terror, Rick era um aterrorizante personagem real – e muitos o consideravam uma obra de arte humana. Sua aparência suscitava curiosidade, estranheza, fetiche e aversão.
Descoberto por um diretor de moda, Zombie Boy fez sucesso entre os fashionistas. Desfilou para grifes estreladas como a francesa Mugler, posou para capas de revistas descoladas e foi a principal figura masculina do clipe de Born This Way, de Lady Gaga, em 2011. No vídeo, a cantora teve o rosto maquiado como uma caveira para ser a versão feminina do rapaz.
O modelo esteve no Brasil a convite da grife Ausländer para desfilar no Fashion Rio Verão 2012. Uma matéria exibida no Fantástico mostrou a reação de espanto de cariocas e turistas ao vê-lo passear pela orla de Copacabana e Ipanema.
Outro momento marcante da carreira de Genest foi um vídeo patrocinado pela gigante de cosméticos L’Oréal. Uma equipe maquiou todas as tatuagens do Zombie Boy para mostrar como era o corpo dele antes de iniciar o processo de ‘esqueletização’. O vídeo do impressionante processo de transformação teve quase 6 milhões de visualizações no YouTube.
Antes de mudar seu rosto, Rick era um rapaz comum que passava despercebido nas ruas. Com 1,78m de altura, sequer tinha porte de modelo. Mas a pigmentação radical o tornou uma pessoa única no mundo, instantaneamente reconhecido em qualquer lugar do planeta. Uma novidade num universo padronizado como o da moda.
Apesar do visual agressivo à primeira vista, era um rapaz tranquilo e calado. O desenho corporal servia de escudo para a timidez. Do anonimato à fama, Rick ‘Zombie Boy’ Genest viveu como quis e, aparentemente, morreu como desejou. Como ele, jamais existirá outro.
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