Ilya São Paulo é mais um caso, entre tantos, de ator que morre sem o devido reconhecimento do talento.
O ator, de 59 anos, fez cerca de 30 trabalhos em 3 décadas de carreira na televisão. A maioria dos papéis não tinha destaque na trama.
O personagem mais importante foi Jerônimo, um dos protagonistas de ‘Irmãos Coragem’, de 1995. O remake do folhetim não fez sucesso.
Sua última aparição foi em ‘Amor de Mãe’, quando interpretou Juarez, o cunhado que tem um atrito com Lurdes (Regina Casé) quando ela volta à cidade de Malaquias.
Avesso à exposição, Ilya se pautava por seu dom. Mantinha-se distante da badalação do mundo das celebridades e dos conchavos de bastidores.
Em agosto de 2006, ele confrontou os profissionais de imprensa presentes no enterro de seu irmão, o também ator Irving São Paulo (‘Mulheres de Areia’, ‘A Viagem’), morto por pancreatite aos 41 anos.
“Sanguessugas, vermes!”, gritou repetidamente, incomodado com o assédio de repórteres e cinegrafistas a poucos passos do caixão.
Ele questionou por que a mídia não havia se interessado por Irving quando estava vivo e precisando de visibilidade.
Uma revolta compreensível. A imprensa costuma ignorar artistas que caem no ostracismo, porém, corre atrás deles quando há uma notícia que renda manchete chamativa, como doença grave e morte.
Ilya estava casado com a atriz Claudia Provedel, com quem teve uma filha. Ele e Irving eram filhos do cineasta Olney, morto aos 41 anos, de câncer, em 1978.