Artur Xexéo gostava de bater papo. Suas participações na TV lembravam uma conversa descontraída entre amigos. Falava de arte e cultura sem pedantismo.
A memória prodigiosa presenteava o telespectador com dados históricos e curiosidades de bastidores. O jornalista morreu no domingo (27), vítima de câncer linfático.
Na TV, ele atuava em programas da GloboNews, especialmente do ‘Estúdio i’. Antes da pandemia, era visto no estúdio. Nos últimos tempos, aparecia por videochamada.
Por conta de seu conhecimento e fascínio por cinema, teatro, música, rádio e televisão, sempre era convocado a comentar a morte de famosos.
Foi assim, por exemplo, em abril, quando surgiu no ar para falar do cantor Agnaldo Timóteo, morto por covid-19. Em dezembro do ano passado, ele homenageou Nicette Bruno, atriz também vítima do coronavírus.
Em 2015, Xexéo começou a fazer parte da cobertura do Oscar na Globo, em substituição ao ator José Wilker, morto por infarto no ano anterior.
Por gostar de novelas, escreveu ‘Janete Clair: a usineira de sonhos’, sobre uma das mais famosas autoras do gênero. Seu livro ‘Hebe: A Biografia’ fez tanto sucesso que foi usado como base para o musical sobre a lendária apresentadora.
Era um dos colunistas mais lidos de ‘O Globo’. Gostava de usar o Twitter como segunda tela para comentar atrações de TV em tempo real.
Na Globo, Xexéo foi visto algumas vezes no júri da ‘Dança dos Famosos’. Era elogiado por seu amigo Fausto Silva.
Diante das câmeras da GloboNews, o jornalista se permitia analisar o cenário político. Não tinha medo de desagradar. Criticou Jair Bolsonaro várias vezes.
“O presidente age como uma barata tonta, nunca sabe o que fazer”, disse no ‘Estúdio i’ em uma das últimas aparições. Anteriormente, chamou o vice-presidente Hamilton Mourão de “bobo da corte”.