A recente visita de Boninho à sede do SBT, em Osasco, na Grande São Paulo, suscitou a expectativa de que ele poderá locar um estúdio da emissora para realizar os projetos de sua produtora em sociedade com o presidente do São Paulo, Julio Casares.
Paralelamente, circula o rumor de que o ex-todo-poderoso diretor da Globo poderia exercer algum cargo no canal. Por exemplo, oferecer uma consultoria para auxiliar a presidente do SBT, Daniela Beyruti, a renovar a programação em busca de mais audiência.
Essa aproximação de Boninho com a TV do clã Abravanel traz à memória a negociação do pai dele, José Bonifácio de Oliveiro Sobrinho, o Boni, com Silvio Santos para comprar uma parte do SBT.
A primeira vez que o ex-vice-presidente da Globo fez uma oferta foi em 1998, 1 ano após deixar a empresa da família Marinho. Houve outra tentativa em 2002. Dois anos depois, teve nova conversa – e acabou igualmente frustrado.
“Silvio Santos é muito receoso de perder o controle da emissora. Se eu não tivesse o controle acionário, pelo menos gostaria de ter controle sobre a programação. Não quero ir para lá como empregado. Tenho um grupo de investidores”, disse o executivo ao jornalista Daniel Castro, da ‘Folha de S. Paulo’, em março de 2004.
Desde 2003, Boni é dono da TV Vanguarda, afiliada da Globo no Vale do Paraíba, interior paulista. Boninho é um de seus sócios. Com a morte de Silvio Santos, em agosto, a venda de uma parcela do SBT ou de 100% da emissora voltou a ser tema de conversas no mercado de televisão.
Por enquanto, Daniela Beyruti e suas irmãs não sinalizam publicamente com essa possibilidade. Parecem dispostas à dura batalha para manter o negócio herdado do pai em momento financeiramente crítico para todas as emissoras de TV.