Se a primeira impressão é a que fica, o início da nova novela das 21h da Globo conseguiu impactar.
1.Ritmo - A autora Gloria Perez imprimiu agilidade ao longo 1º capítulo. A velocidade da trama, em alguns momentos semelhante à de uma série de ação, prendeu a atenção do telespectador. As primeiras histórias foram apresentadas com objetividade.
2.Visual - O novo folhetim contemporâneo da Globo possui estética apurada. Cenários bonitos e verossímeis, bons efeitos visuais (alguns incomuns em novelas), imagens com tratamento de cinema, edição que valoriza as reações dos atores. O close-up foi bem usado para ressaltar ápices de emoções.
3.Atuações - Destaque para as sequências dramáticas com Grazi Massafera (Débora) e Humberto Martins (Guerra). Ambos em total sintonia com seus personagens. A protagonista Lucy Alves (Brisa) apareceu pouco, porém, o suficiente para exalar carisma e deixar o público na expectativa do martírio que está por vir.
4.Abordagem - Falar de tecnologia e futurismo numa novela é sempre um risco. Parte numerosa da audiência pode não entender. Craque na temática, Gloria Perez deixou compreensível a deepfake, recurso de inteligência artificial que manipula imagens e áudios, amplamente usado para criar fake news.
5.Realidade - Considerada um espelho da sociedade, a telenovela às vezes informa e suscita debates relevantes. Ao mostrar uma injustiça baseada em história real (a mulher inocente linchada no Guarujá após ser acusada de sequestrar crianças), a autora conecta ‘Travessia’ ao nosso dia a dia e alerta sobre o perigo do uso indevido da web. Recentemente, William Bonner e Renata Vasconcellos, âncoras do 'Jornal Nacional', foram vítimas de deepfake criada por criminosos interessados em propagar falsos resultados de pesquisas de intenção de votos a presidente.