Terminou na sexta-feira (20) a temporada de Natuza Nery no comando do ‘Edição das 18h’, um dos telejornais de maior audiência da GloboNews.
Ela cobriu as férias do titular César Tralli. Foi um teste importante. A atração ao vivo com duas horas de duração exige esforço físico e domínio do improviso de quem a apresenta.
Previsivelmente, se saiu bem. No ar, mostrou-se segura transitando sozinha pelo estúdio. Trouxe várias informações exclusivas e interagiu bem com os colegas comentaristas.
Credenciou-se, em definitivo, como âncora. Foi a ‘cereja no bolo’ de uma trajetória positiva nos últimos meses. A jornalista liderou a cobertura política na emissora.
Comandou a ‘Central das Eleições’, as sabatinas com presidenciáveis, o minuto a minuto da apuração dos votos, a ‘Central da Transição’ e parte da transmissão da posse de Lula e Alckmin em Brasília.
Anteriormente, já havia se destacado no comando de seu próprio programa, o ‘Papo de Política’. A mesa redonda sobre os Três Poderes sempre ofereceu ao público notícias exclusivas e saborosa dose de bom humor.
Neste início de ano, Natuza marcou dois golaços. Foi convidada pela esposa de Lula, a socióloga Janja da Silva, a visitar o Palácio da Alvorada. Mostrou os estragos deixados por Jair Bolsonaro na residência oficial da Presidência.
Dias depois, fez a primeira entrevista exclusiva com Lula desde o início do mandato, gravada no Palácio do Planalto. Teve a atenção do presidente por 1h15, tempo além do combinado com a assessoria dele.
A jornalista foi lançada à TV no ‘Meninas do Jô’, o grupo feminino de debates do talk show de Jô Soares. A boa performance rendeu o convite para trocar a ‘Folha de S. Paulo’ pela GloboNews em 2017.
Entre suas qualidades está a capacidade de traduzir o intrincado mundo político para o telespectador comum. Assim, torna mais compreensível e interessante um assunto rejeitado por significativa parcela da população.
Há ainda o carisma, uma habilidade não ensinada em nenhuma faculdade de jornalismo. A câmera de TV gosta de Natuza Nery e ela sabe capturar com naturalidade a atenção da audiência.
A jornalista fez algumas participações na programação da Globo. Surgiu no ‘Fantástico’ em 8 de janeiro para explicar os bastidores dos ataques golpistas contra os palácios da Capital Federal.
Cedo ou tarde, ela deve seguir o exemplo de Renata Lo Prete, hoje âncora do ‘JG’: deixar a GloboNews para desempenhar papel importante no jornalismo da Globo, onde a visibilidade é incontáveis vezes maior. Aliás, em novembro, ela assumiu o podcast ‘O Assunto’, um dos mais ouvidos do País, no lugar de Lo Prete.
Tomara que, assim como a colega, Natuza não perca a alma de repórter e a conexão com a realidade. Já vimos alguns jornalistas de TV serem dominados pela vaidade ao alçar um posto de maior prestígio. Viraram uma triste caricatura do que um dia foram.