Quarta-feira é um dia atípico para a principal faixa de novelas da Globo. O autor precisa fazer um capítulo menor por conta da transmissão esportiva que começa às 21h45.
A duração reduzida costuma derrubar a média de audiência. Mas isso não tem acontecido com ‘O Outro Lado do Paraíso’.
Na quarta-feira (14), com apenas 45 minutos de exibição, o folhetim de Walcyr Carrasco conseguir cravar 40 pontos no Ibope.
Transferiu ótimo público à partida entre Corinthians e São Bento, que fechou com 26 de média.
A trama da vingativa Clara (Bianca Bin) abriu impressionante distância em relação às novelas inéditas da concorrência.
Na média parcial, ‘O Outro Lado do Paraíso’ está com 36 pontos – 29 à frente de ‘Apocalipse’, da RecordTV, e com 26 de vantagem sobre ‘Carinha de Anjo’, do SBT.
Nas últimas semanas, a produção global tem atraído, toda noite, 8 milhões de telespectadores somente na Grande São Paulo.
Empatada com a bem-sucedida antecessora, ‘A Força do Querer’, de Gloria Perez, a atual novela das 9 já está entre as mais vistas desde ‘Amor à Vida’, de 2014, escrita também por Walcyr Carrasco.
O desfecho acontecerá em meados de maio. Até lá, ‘O Outro Lado do Paraíso’ precisará de mais 3 pontos de média para igualar o sucesso numérico de ‘Avenida Brasil’, a maior referência da teledramaturgia da Globo nesta década.
Nada mal para uma trama que chegou a ser rejeitada por parte do público e precisou de ajustes emergenciais ainda em sua fase inicial.
Depois disso, milhões de brasileiros passaram a se identificar com a sede de justiça de Clara – e se tornaram telespectadores fiéis.
Talvez eles usem a ficção para expurgar o sentimento de injustiça suscitado pelo caos ético neste País novelesco.