Em 8 de novembro de 2021, três anos após a pandemia que assolou o mundo, a Globo retomava a exibição de novelas inéditas com Um Lugar ao Sol, trama de Lícia Manzo que acabou rejeitada pelos telespectadores da faixa das nove.
Novela sem cara de horário nobre
Segundo o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, Um Lugar ao Sol teve muitos motivos para ser rejeitada pelo público da Globo. Mesmo com uma direção e elenco de alto padrão, a trama de Lícia Manzo não tinha características marcantes de novelas das 21h, o que afastou os telespectadores.
O estilo da autora, apreciado na faixa das seis com novelas como A Vida da Gente (2011-2012) e Sete Vidas (2015), não se adequou ao horário e ao momento vivido após a pandemia. Um Lugar ao Sol não tinha os famosos núcleos de alívio cômico e era recheada com um enredo pesado e denso, que acabou reforçando o clima de desilusão vivido no mundo real.
Enredo fechado
Outra característica que pode ter rendido à baixa audiência da novela foi a impossibilidade da autora adaptar o folhetim conforme a opinião pública. Um Lugar ao Sol foi totalmente gravada durante a pandemia e estava com o final completo quando foi exibida, ou seja, não houve como Manzo atender o apelo dos telespectadores para destacar determinado personagem ou unir casais queridos.
A obra foi exibida conforme a ideia original da autora. A única mudança realizada ainda ajudou a piorar a audiência: os chefões da emissora exigiram que a novela fosse expandida para que o atraso nas gravações do remake de Pantanal não prejudicasse a grade, o que rendeu cortes e edições sem sentido.
Como a trama já estava finalizada e os atores haviam terminado as gravações há meses, a edição foi a opção para contornar o problema. Apesar da audiência final com média de 22 pontos no Ibope da Grande São Paulo, Um Lugar ao Sol foi premiada com o Troféu Imprensa de melhor novela de 2021, junto com Amor de Mãe.