Isadora Cruz compara vida pessoal e profissional com papel em Volta por Cima: 'Autêntica'

Em entrevista à Contigo! Novelas, Isadora Cruz revela mais detalhes de comparação entre vida pessoal e personagem Roxelle em novela da Globo

28 jan 2025 - 15h40
Isadora Cruz revela mais detalhes de semelhança com personagem de Volta por Cima
Isadora Cruz revela mais detalhes de semelhança com personagem de Volta por Cima
Foto: Divulgação / Contigo

Vinda de personagens mais dramáticas, Isadora Cruz se joga na comédia em Volta por Cima. Intérprete da Roxelle na novela das 7 da TV Globo, a atriz ficou loiríssima para a personagem e mergulhou no universo carioca. "Atores nordestinos podem fazer tudo também!", defende em entrevista à Contigo! Novelas.

No início da novela o público chegou a pensar que a Roxelle era uma periguete, mas com o passar dos capítulos foi possível constatar que ela é muito mais que isso. Como você a enxerga?

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"Eu não usaria essa palavra, porque acho que hoje em dia não tem mais isso. Eu usaria várias roupas da Roxelle. Eu uso sainha curtíssima, microjaquetinhas jeans, cropped. Quem não usa um cropped? Todo mundo usa esses collants também. Ela usa uns collants mais cavadinhos, que eu não usaria, mas uso short curto, rasgadinho. Então acho que não tem mais isso. Existe um empoderamento e um entendimento hoje em dia de que a gente pode usar o que a gente quiser e isso não vai definir o que a gente é, não vai definir o que a gente pensa, nem o que sentimos, nem o que queremos. Então, ela bota a sainha dela e isso não quer dizer que ela é menor do que ninguém, ela é maravilhosa. Ela está no mesmo nível de todas essas dondocas que estão todas cobertas de ouro, de paetê, ela está dando show, está dando baile [risos]! Ela tem um empoderamento da força, da potência do feminino. Ela entende que o poder dela é o carisma, que com a energia envolvente que ela tem, vai conseguir tudo o que ela quer e ela usa isso. Ela traz essas ferramentas de autoconfiança, essa segurança, para conseguir o que quer, para se safar de tudo e para falar os maiores absurdos".

Se identifica com ela nesse lado da autoconfiança, da intensidade?

"Eu sou uma pessoa intensa, autêntica, mas sou uma pessoa que pondero mais o que vou falar, o que vou fazer e a Roxelle não, ela só faz, ela só fala. O que dá na telha ela vai lá e faz, fala e não tem medo de ser julgada, não tem medo de ser ela. O que é muito lindo de ver também, uma mulher tão autêntica, com essa força, com esse empoderamento, porque ela não tem medo de parecer ser louca, não tem medo de parecer que está fora do tom, porque ela simplesmente é ela".

Apesar de ter começado a história como a amante do Chico (Amaury Lorenzo), o público a abraçou. Por que acha que rolou essa identificação?

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"Acho que todo mundo já foi uma Roxelle um dia. Todo mundo já foi enrolado, já achou que o cara estava a amando e ele nem gostava tanto assim de você como você gostava dele, ou o cara já estava com outra. Todo mundo já sofreu por amor, já teve um amor não correspondido. A Roxelle passou dos limites atrás desse amor. Mas fora desse amor ela é uma pessoa que gosta de ver as pessoas felizes, que gosta de soltar uma piada para fazer as pessoas rirem, que gosta de ser leve, é despachada, desencanada. Isso é legal de ver, porque ela não traz peso para nenhuma situação, pelo contrário, ela descomplica as coisas".

Já viveu uma situação parecida?

"Eu já me declarei sem saber se ia ter uma declaração de volta e tive. Eu tento cada vez ser mais como a Roxelle, de não ter medo de dizer o que eu sou, o que eu sinto, porque a pessoa pode corresponder ou não, mas pelo menos você está sendo você, está sendo verdadeira. Se eu não tivesse me declarado para esse boy, se eu não tivesse tentado, nunca saberia que ele sentia a mesma coisa que eu".

Como chegou até a novela?

"Foi um convite do diretor, André Câmara, e da autora, Claudia Souto. O meu contrato com a TV Globo ia até abril, eu estava terminando da fazer a pós-produção de Guerreiros do Sol [novela do Globoplay ainda não lançada], porque a minha personagem narra a história toda e, quando terminei, recebi o convite para fazer Volta por Cima. Eles não tinham muita coisa para me dizer sobre a Roxelle na época, mas quando me falaram que ela estaria nesse universo carioca eu não tive dúvidas. Inclusive, inicialmente me perguntaram se eu queria fazer o meu sotaque, o que eu achei incrível, só que para mim seria um novo aprendizado, um novo lugar, um desafio maior por ter vindo de dois projetos nordestinos, Mar do Sertão e Guerreiros do Sol".

O desafio te fez aceitar esse trabalho então...

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"Senti que estava na hora de agarrar um outro desafio e de quebrar essas barreiras de estereótipos de que nordestino só pode fazer nordestino e sudestino pode fazer tudo. Atores nordestinos podem fazer tudo também. A gente tem que cada vez mais buscar esse espaço de trabalho, de quebrar essas limitações que botam nos atores em geral, não só nos nordestinos. É lindo de ver que são novos tempos. É como se a gente tivesse entrando numa nova era da própria empresa, da própria indústria, que está permitindo novas caras, novas histórias a serem contadas e isso é lindo de se ver. Sou muito feliz de fazer parte desse movimento".

Você se jogou e mudou até o visual para a Roxelle.

"Nunca achei que fosse ficar tão loira assim na vida, mas gostei da ideia porque, como é uma personagem tão diferente, é bom que seja uma composição completa, que me vire do pé à cabeça, que me leve para um lugar distante do que eu sou. O cabelo ajudou, o sotaque distante, ser uma mulher tão diferente de mim, que tem outros impulsos internos, outro tempo. A minha própria dinâmica como atriz tem mudado muito porque fazer comédia requer outras ferramentas, requer outra abordagem para o texto. Eu estava vindo de Guerreiros do Sol, que foi um projeto denso, com história do cangaço, com muita guerra, violência, perdas. Poder fazer uma personagem mais leve, que a palavra de regência é diversão, é um presente enorme neste momento de vida".

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