Em 12 de novembro de 2018, há seis anos, a Globo estreava O Sétimo Guardião após enfrentar um processo de plágio movido por alunos de Aguinaldo Silva, autor que assinava a novela. Além de parar na Justiça pela acusação de plágio, o folhetim do horário das nove passou por diversos problemas nos bastidores e conquistou péssimos índices de audiência.
Acusações de plágio
Antes mesmo de ir ao ar, a trama de Aguinaldo Silva ficou marcada por polêmicas. Como relembra o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, a novela foi parar na Justiça depois que o roteirista Silvio Cerceau, aluno de um curso ministrado por Aguinaldo em 2015, revelou que a sinopse de O Sétimo Guardião foi escrita durante as aulas, coletivamente. O ex-aluno reivindicou a coautoria da novela, que estava programada para ser desenvolvida em 2017 e ir ao ar em 2018.
O novelista também não deixou barato: após Silvio recusar receber o valor integral do curso em troca da autoria da novela, Aguinaldo processou o aluno por quebrar uma cláusula de confidencialidade do contrato. Mesmo com o contragolpe do autor, a Globo transmitiu a novela com crédito a todos os alunos do curso, formado por 26 pessoas.
Outro perrengue, nos meses iniciais de transmissão do folhetim, foi um processo movido pela escritora Barbara da Cunha Coelho Rastelli, autora do livro As Muralhas da Vida Eterna: Uma Metáfora Sobre o Tempo, que também acusava a trama de plágio. A ação se iniciou em março de 2019, mas os pedidos de Rastelli para a transmissão ser suspensa não foram atendidos.
Fracasso de audiência
Aguinaldo, marcado por histórias que envolviam o realismo fantástico que seria desenvolvido em O Sétimo Guardião, não conquistou o público das nove com o enredo. Xavier relembra que a novela figurou uma das piores médias finais da época, marcando 28.75 pontos no Ibope da Grande São Paulo, o que colocou o folhetim muito atrás das últimas produções da faixa das 21h. Novelas anteriores, como Segundo Sol, O Outro Lado do Paraíso e A Força do Querer, marcaram, respectivamente, 33.36, 38.23 e 35.66 de Ibope.
Segundo o autor, o problema foi o tom de terror dado pelo diretor Allan Fiterman, com quem ele nunca havia trabalhado. "A diferença entre um gênero e outro [realismo fantástico e terror] é abissal (…) Assim, a partir do primeiro capítulo e sem que isso constasse do roteiro, quando uma mão crispada sai da xícara de café que Marina Ruy Barbosa beberica — o que provoca gritos histéricos em sua personagem —, ficou claro que a novela seria, digamos assim, muito pesada", escreveu o Aguinaldo em seu livro Meu Passado Me Perdoa.
Com o fim da novela, o contrato exclusivo de Aguinaldo Silva com a TV Globo também chegou ao fim, Em janeiro de 2020 a parceria de 41 anos do autor com a emissora foi encerada.