Rebeca Carvalho comemora sucesso de Garota do Momento: 'Aquece meu coração'

Em entrevista à Contigo! Novelas, Rebeca Carvalho, responsável por dar vida à Ana Maria em Garota do Momento, celebra sucesso de trama da Globo

28 jan 2025 - 16h04
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Foto: Marcos Ferreira / Contigo

Estreando nas novelas em Garota do Momento, Rebeca Carvalho celebra a repercussão de seu trabalho na TV Globo e fala sobre a parceria com Carla Cristina Cardoso em cena. Interpretando a Ana Maria, uma personagem à frente do tempo, a atriz revela o que tem em comum com ela à Contigo! Novelas.

Como tem sido dar vida a Ana Maria e gravar a sua primeira novela?

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"É um mundo tão diferente, mas tão fascinante. No teatro, nós nos preparamos e entregamos apenas uma vez o resultado completo, já na TV a cada take, a cada cena atingimos um nível de emoção diferente e isso é um experimento diário do nosso eu. Fora a sensação de me ver na tela, que sempre vai ser uma surpresa maravilhosa".

Garota do Momento tem feito muito sucesso com o público. Você tem sentido a repercussão nas ruas? Já foi reconhecida?

"Todos os dias em algum lugar eu vejo, ouço ou presencio essa repercussão. Em lugares que eu nem imaginaria, os fãs da personagem ou da novela me param para perguntar, elogiar ou pedir uma foto e isso é muito gratificante. Sentir que o público abraçou algo que eu construí com tanto carinho aquece meu coração e me impulsiona a fazer sempre melhor. Uma curiosidade é que sempre que uso um carro ou moto por aplicativo, os motoristas, quando me reconhecem, falam com muito entusiasmo sobre a novela e a casa [a emissora]".

O que mais tem de parecido com a Ana Maria e o que definitivamente é diferente entre vocês duas?

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"Eu e a Ana somos muito sensíveis, a todo momento ela é apontada por alguma atitude seja pela mãe, pelo namorado ou pela vizinhança e isso mexe muito com ela. Quando sou colocada em situações que exigem razão e não emoção, sempre tenho uma certa dificuldade porque meu coração fala mais alto e a minha personagem definitivamente não age com a cabeça na direção. Já uma característica incomum entre nós, é o posicionamento da Ana Maria que, independente de quem esteja contra a sua vontade, ela passa por cima. Essas atitudes tão incisivas dela não têm muito a ver comigo, porque podendo escolher entre apaziguar uma situação e bater o pé até o fim, eu sempre vou escolher apaziguar, seja por mim ou pelos outros".

Acha que a Ana Maria é à frente do tempo dela?

"Muito. Não era tão comum uma adolescente ser tão decidida ou tão contra os pensamentos antiquados que as mulheres eram levadas a ter. Eu nunca li uma cena em que a Ana abaixa a cabeça para alguém, e isso é um padrão totalmente diferente das moças de época que qualquer ordem que recebiam, acatavam. Beijar de boca aberta? Inaceitável. Apoiar uma relação homoafetiva? Pior ainda".

Como construiu a relação da Ana Maria e Iolanda e como é a sua parceria com a Carla Cristina?

"Ainda nas preparações, éramos colocadas frente a frente dizendo defeitos e qualidades de ambas as personagens, e isso fez nossos olhos se abrirem quanto à relação de gato e rato que temos. Também ensaiávamos algumas cenas já na intenção de entender o lugar de mãe e filha que tanto se desentendem. Mas essa química foi imediata: no primeiro dia de workshop tivemos uma troca incrível e, desde então, foi só sucesso. Cada "por trás das câmeras" temos uma pérola junto e levamos esse humor para as cenas, que resultam em meme atrás de meme. Mas ter uma relação de amizade é extremamente necessário para a construção de uma relação de maternidade, porque com intimidade podemos acessar lugares que, sem ela, não conseguiríamos".

Como são os bastidores com os colegas?

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"Quando nos juntamos, a energia de caos é uma só, porque estamos todos no mesmo barco que é a loucura dos sets de gravação, então nos damos muito bem fora de cena pra levar esse astral pra dentro dela. Acho que um começo acolhedor foi decisivo para isso: nem todos ali se conheciam ou tinham tido muitas trocas, mas todos nos acolhemos como tal".

A Ana Maria tem acolhido o Guto (Pedro Goifman), que está ainda entendendo a própria sexualidade. Qual foi sua reação ao ver que, apesar da época, ela abraçou o amigo e não foi preconceituosa? Qual a importância de abordar o assunto numa novela da emissora de maior audiência em um país tão homofóbico?

"Eu, sinceramente, fiquei em choque ao descobrir que seria a Ana, mas não surpresa, porque ela é tão amorosa, tão coração, que apoiar alguém pesa muito mais do que seguir um padrão que ela nem acredita, e não acredita porque acredita que a liberdade tem muito a ver com o que temos de bom para oferecer às pessoas, e se o que você tem a oferecer é uma sensibilidade que vai além da sexualidade, está tudo bem. Quanto à importância desse tema, é claro que não é algo cem por cento seguro de se pautar porque ainda somos um país de mente fechada, mas, analisando a repercussão da situação do Guto, vi que a grande maioria dos comentários era de apoio e não de julgamento. Então, mostrar o quão dolorido era e é essa sensação de desespero, de querer fugir de si mesmo por medo da negação do mundo, da família, é imprescindível para finalmente fazer as pessoas entenderem que a opção sexual de alguém nada tem a ver com o caráter ou o quão boa uma pessoa pode ser".

Contigo
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