Tony Ramos comemora 50 anos de carreira com papel em O Rebu

9 jul 2014 - 09h22
Tony Ramos dá vida ao empreiteiro Carlos, protagonista da produção
Tony Ramos dá vida ao empreiteiro Carlos, protagonista da produção
Foto: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias / TV Press

A forma simples e pragmática com que Tony Ramos enxerga a carreira de ator impressiona. Com 50 anos de trajetória nas costas, Tony, aos 65, continua sendo um dos intérpretes mais celebrados e disputados pelos núcleos da Globo. Tanto é que, sempre quando acaba uma novela, já tem convite para vários projetos. Para ele, parte importante dessa relação frutífera que mantém com a emissora vem de sua simplicidade em lidar com o trabalho. "Nunca entrei nessa de ser celebridade ou galã. Nem quando era novo e poderia fazer isso. Meu negócio é atuar, gosto do momento em que o diretor grita: 'gravando'. Sempre me senti um operário dentro de um trabalho coletivo", assumiu Tony, que volta às novelas em O Rebu, remake da trama original de Bráulio Pedroso, de 1974. "Não quis buscar referências na primeira versão. Parti do zero e a surpresa com o tom ousado da trama foi forte. A telenovela sempre precisa de novas possibilidades", elogiou o ator, sobre o folhetim que se desenrola durante 24 horas e será apresentado em 36 capítulos.

Mesmo depois de tantos personagens célebres em tramas do quilate de O Astro, Pai Herói e Selva de Pedra, Tony exibe empolgação com o novo projeto, onde dá vida ao empreiteiro Carlos, protagonista da produção ao lado de sua principal rival, a milionária Angela, de Patrícia Pillar. "Gosto de quase todos os meus personagens. Mas tento não viver de passado. O atual é sempre o mais importante. Acho que é por isso que ainda me surpreendo dentro do estúdio", ressaltou.

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TVPress – Você é um dos atores mais disputados dentro da Globo. O que chamou sua atenção e fez com que integrasse o elenco de O Rebu?

Tony Ramos – Me encantei pelo projeto desde o início. Ainda não tinha me envolvido em nada feito para esse horário das 23 horas e achei a proposta extremamente arrojada. Dentro de uma trama policialesca tem fatores ricos e cheios de possibilidade. O Rebu não é sobre quem matou ou morreu, é sobre como os humanos lidam com o poder e a possibilidade de perdê-lo.

TVPress – É o projeto ideal para celebrar seus 50 anos de carreira?

Tony – Ao conhecer melhor o personagem, tive a certeza que sim. Acho que ele vai na contramão da imagem de herói que eu construí com os mocinhos que vivi. Não o encaro como um vilão, mas como um sujeito possível, pragmático e capaz de qualquer coisa para manter sua posição. O público se acostumou mal com essa coisa de dividir a trama entre o herói bonzinho e o vilão clássico, acho que personagens são mais que isso. O Carlos comete atitudes injustificáveis e antiéticas. E tenta defender isso. Sobre os 50 anos, acho que as comemorações começaram com o convite do (diretor) João Jardim para interpretar Getúlio Vargas no cinema.

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TVPress – O que o filme agrega à sua carreira?

Tony – Versatilidade e risco. Depois de tantos personagens bacanas que me deram, ainda ser chamado para trabalhos complexos é uma vitória. Interpretar um cara que ainda está no imaginário coletivo do País é extremamente revigorante. É um dos filmes que eu mais gostei de fazer. Para uma produção política, passar de 600 mil pagantes no Brasil é uma tremenda vitória. E a repercussão também foi muito legal. Tanto que, assim que terminar de gravar O Rebu, eu descanso uma semana e embarco para a Europa, onde o longa participará de alguns festivais. 

TVPress – Você já sabe de cor como funcionam as engrenagens das novelas e suas gravações. Como manter o "tesão" pela profissão depois de tantos anos?

Tony –  Não existe uma receita. A verdade é que, por mais que tente, o ator não molda sua carreira por completo. Ele é um refém das possibilidades. Fiz novelas maravilhosas e outras nem tanto. Meus personagens nem sempre foram um sucesso de público e crítica, mas sempre tive a certeza de estar dando o meu melhor. Acho que acreditar no projeto e na equipe, sem se importar com fatores externos, é uma boa maneira de manter meu foco sempre no trabalho atual e atento aos próximos convites. Se for para analisar, acho que O Rebu renovou um pouco meu processo de preparação para a TV.

TVPress – Como assim?

Tony – As gravações na Argentina tiveram um processo muito impactante. Já viajei a trabalho para os mais diversos lugares, sei que isso integra o elenco e faz o projeto ficar muito mais coeso. Mas o José Luiz Villamarim conduzia as cenas de forma muito livre e intensa. Apesar dos ensaios, existia espaço para o diálogo e para a troca de impressões. Não tinha de chegar e cada um fazer a sua parte. Era possível contribuir para algo mais complexo. Em um meio industrial como a TV, essas ousadias são maravilhosas.

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O Rebu – Globo – Estreia segunda, dia 14 de julho.

Fonte: TV Press
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