O Brasil está enfeitiçado por ‘Pantanal’. A novela marca 10 pontos a mais do que a antecessora, ‘Um Lugar ao Sol’. Só há elogios ao remake do sucesso produzido pela TV Manchete em 1990. Parte do sucesso se deve à trama inicial de Jove (Jesuíta Barbosa) e Juma (Alanis Guillen).
O rebelde sem causa e a moça que vira onça conquistaram numerosos fãs nas primeiras semanas da segunda fase do folhetim. Mas agora vivem um período de rejeição por parte do público. O motivo é a mesmice do romance.
Em quase todo capítulo, Juma repete idêntico texto a Jove: “Querimbóra, querimbóra, vô vortá pra casa, querimbóra”. Tornou-se cansativa a resistência dela em permanecer na sede da fazenda de José Leôncio (Marcos Palmeira).
Ela se sai melhor quando contracena com outros personagens, envolvida em situações diferentes. A boa química com José Lucas (Irandhir Santos) já faz parte da audiência torcer pelos dois, mesmo ciente de que o final da jovem Marruá será mesmo nos braços de Jove.
Enquanto isso, o filho de Madeleine (Karine Teles) dá show de antipatia. Faz cara feia para tudo e todos. Mimado e arrogante, inseguro e enciumado, egoísta e ranzinza. Um homem com comportamento de adolescente. Tenta se autoafirmar, porém, sabota a si mesmo.
O casal protagonista, antes queridinho do público, acabou ofuscado por outras duplas. Há enorme interesse e torcida por Tibério (Guito) e Muda (Bella Campos), por exemplo. A atração proibida de Maria Bruaca (Isabel Teixeira) e Alcides (Juliano Cazarré) também gera mais animação do que o lenga-lenga entre Jove e Juma.
Jesuíta e Alanis apresentam atuações consistentes. O problema está mesmo no desenvolvimento dos personagens. Falta humor à relação deles. Até a dose de romantismo caiu drasticamente. Saudade de ver o casal naquelas cenas poéticas com pitadas de erotismo nas águas pantaneiras.