O que aconteceu no ‘annus horribilis’ que é foco da 5ª temporada de ‘The Crown’ 

Período marcado por escândalos e o fim de casamentos reais foi um dos piores da vida da rainha Elizabeth II

27 set 2022 - 12h18

Os fãs de séries baseadas em fatos reais da Netflix ainda nem se recuperaram do horror visto em ‘Jeffrey Dahmer – Um Canibal Americano’ e já se preparam para a aguardada 5ª temporada de ‘The Crown’, com lançamento na plataforma em 9 de novembro. 

A história chegará à década de 1990, uma das mais agitadas para a atual dinastia Windsor. Segundo a imprensa internacional, o roteiro dá atenção especial a 1992, chamado por Elizabeth II de ‘annus horribilis’, expressão em latim para um ano de intermináveis infortúnios. 

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Afinal, o que aconteceu de tão ruim? 

Em março daquele ano, o Palácio de Buckingham anunciou a separação do 3° filho da monarca, o príncipe Andrew, Duque de York, e de Sarah Ferguson, a Duquesa de York, após 6 anos de casamento e duas filhas. O divórcio foi precedido por incontáveis fofocas sobre brigas e traições.  

Dias depois, morreu John Spencer, o 8° Conde Spencer, pai da princesa Diana. Ele e Elizabeth tinham ótima relação. O aristocrata trabalhou para o pai da rainha, rei George 6°, e depois também para a monarca. 

Abril ficou marcado pelo comunicado do divórcio da única filha da soberana, a Princesa Anne, e do capitão do Exército Mark Phillips, com quem ela teve dois filhos. 

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Junho trouxe nova dor de cabeça a Elizabeth. A biografia ‘Diana: Sua Verdadeira História’, escrita por Andrew Morton, chocou os súditos da realeza com revelações bombásticas. 

A pior foi que a princesa tentou o suicídio 5 vezes após descobrir que Charles havia retomado o romance com a namorada de adolescência Camila Shand, conhecida na mídia como Camilla Parker-Bowles. 

Em agosto, Elizabeth viu sua família protagonizar outro vexame nos tabloides. A ex-nora, Sarah Ferguson, foi fotografada fazendo topless e com um pé na boca do homem que seria seu amante, o milionário americano John Bryan, sob o sol da Riviera Francesa. 

A manchete era picante: ‘Fergie Toe-Job’. Fergie é o apelido de Sarah. Toe-job, uma expressão usada para práticas sexuais ou fetichistas utilizando os dedos dos pés. O caso ficou conhecido como ‘escândalo do dedão chupado’. 

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Mesmo vivendo longe do povo, Elizabeth II sentiu a pressão pelo resultado ruim da economia. Em setembro de 1992, o Reino Unido registrou o maior índice de desemprego dos últimos 5 anos. Sempre que a população se sente mais pobre, a popularidade da família real despenca. 

Outubro começou com duas bombas explodidas em Londres pelo IRA, o Exército Republicano Irlandês, que luta pela independência da Irlanda. Meses antes, o governo já havia sido abalado pelo assassinato de 3 homens que seriam informantes do MI5, o Serviço de Inteligência Britânico, infiltrados no IRA. 

No fim daquele mês, o grupo separatista explodiu outro artefato perto da residência do Primeiro-Ministro, John Major, na famosa Downing Street. Por sorte, ninguém foi ferido. 

Em novembro, a rainha ficou profundamente abalada com um incêndio no Castelo de Windsor, sua propriedade preferida (e onde ela foi sepultada no último dia 19, como desejava). 

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Quatro dias depois, em discurso no Parlamento, fez um discurso amargo a respeito daquele período. “1992 não é um ano em que olharei para trás com prazer absoluto”, disse. 

A fase ruim não havia terminado. 

Na mesma semana, a monarca foi oficialmente informada que passaria a pagar imposto de renda, depois do fim de quase 60 anos de isenção para o clã real. 

Dezembro chegou estremecendo os alicerces da monarquia. Após especulações, o Palácio de Buckingham confirmou a separação de Diana e Charles. 

Na tentativa de acalmar os ânimos, membros do governo garantiram que não a princesa e o herdeiro do trono não pensavam em divórcio. A imprensa de fofocas bombardeou a rainha com críticas por não ter ajudado a salvar o casamento do filho mais velho. 

Outro atentado do IRA deixou feridos na tradicional Oxford Street, em Londres. O texto da aguardada mensagem de Natal da monarca na TV foi vazado a um tabloide sensacionalista. Ela ficou furiosa ao se sentir traída por alguém bem próximo. 

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Quando 1992 acabou, Sua Majestade, a rainha Elizabeth II, respirou aliviada – e não quis olhar para trás.

Elizabeth Debicki (Princesa Diana), Imelda Staunton (Rainha Elizabeth) e Dominic West (Príncipe Charles) estrelam a nova temporada de 'The Crown'
Elizabeth Debicki (Princesa Diana), Imelda Staunton (Rainha Elizabeth) e Dominic West (Príncipe Charles) estrelam a nova temporada de 'The Crown'
Foto: Reproduções
Elizabeth II na mensagem de Natal na TV, em 1992: cara de poucos amigos em um ano para esquecer
Foto: Reprodução
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