‘Pantanal’ em 2022, ‘Renascer em 2024’ e ‘Vale Tudo’ em 2025. A Globo decidiu apostar no certo – ou quase certo – para ocupar a principal faixa de teledramaturgia, às 21h.
Produzir remakes (novas versões) de novelas de sucesso é uma saída para dois problemas da emissora: a falta de autores tarimbados no horário mais nobre e exigente de folhetins e contornar o esvaziamento do banco de atores.
Sem contar com veteranos como Benedito Ruy Barbosa, 92 anos, e Manoel Carlos, 90, ambos aposentados, Aguinaldo Silva, 80, demitido em 2020, e Gilberto Braga, falecido aos 75 em 2021, o canal usa roteiros prontos que precisam apenas de atualizações.
É o que fez Bruno Luperi, 35, neto de Benedito, com a bem-sucedida segunda versão de ‘Pantanal’, produzida originalmente pela TV Manchete em 1990. Em janeiro, estreia a adaptação dele para ‘Renascer’, outro novelão escrito por seu avô. A trama de 1993 está em fase final de definição do elenco.
Em 2025, quando completará 60 anos, a Globo colocará no ar o remake de ‘Vale Tudo’, considerada por muitos a melhor ficção produzida pela emissora. A dramaturga Manuela Dias, de ‘Amor de Mãe’, assinará a versão contemporânea do ‘Quem matou Odete Roitman?’
As três novelas citadas têm personagens tão fortes que possibilitam a escalação de vários atores menos conhecidos ou novatos, como ocorreu com ‘Pantanal’. A emissora economiza ao não precisar recontratar muitos atores com status de celebridade e salário alto dispensados nos últimos anos.
Com equipe enxuta de roteiristas e menos estrelas, a Globo encontra nos remakes um formato de ótimo custo-benefício. Uma novela do tipo já começa em vantagem por habitar a memória afetiva dos telespectadores que assistiram ao original e despertar a curiosidade das novas gerações.
‘Pantanal’ elevou a média de audiência em 8 pontos após a rejeitada ‘Um Lugar ao Sol’. Com expectativa crescente, ‘Renascer’ poderá recuperar o público perdido com ‘Travessia’ e ainda não recuperado totalmente por ‘Terra e Paixão’.