Parem de subestimar a televisão: ela decidirá o futuro do país mais poderoso

Repercussão planetária do debate entre Biden e Trump mostra que a velha TV ainda não perdeu o reinado para as redes sociais

28 jun 2024 - 11h12

Centenária, a televisão continua a ser o mais importante cabo eleitoral de um candidato à Presidência, tanto pela cobertura diária da campanha nos telejornais como pelos debates ao vivo. 

Na quinta-feira (27), o primeiro confronto entre Joe Biden e Donald Trump na CNN – com transmissão pela CNN Brasil e a Record News – se tornou um dos eventos mais vistos e comentados este ano. 

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Mesmo com a ascensão ininterrupta das redes sociais e de outras plataformas jornalísticas, a TV continua a ter imensurável poder de influência. Desde 2016, os presidenciáveis republicanos e democratas atraíram entre 60 e 85 milhões de telespectadores a cada confronto diante das câmeras. 

Os debates repercutem por dias, até semanas, com impacto decisivo entre os eleitores indecisos e no humor dos grandes doadores aos candidatos. Não é exagero afirmar que um desempenho positivo na TV define quem vai ocupar o Salão Oval da Casa Branca. 

Mesmo um formato engessado como o do debate na CNN, sem o calor de uma plateia no estúdio e poucas oportunidades de discussão direta entre os políticos, consegue mobilizar o país mais poderoso do planeta e pauta milhares de outras emissoras, e pode até fazer os democratas mudarem de candidato em consequência da péssima avaliação da performance do presidente que tenta a reeleição.

O duelo entre Biden e Trump – com vitória do republicano, segundo a maioria dos analistas políticos – serviu também para reforçar o valor do combate às fake news. Ainda que os donos das emissoras sejam adeptos desta ou daquela ideologia, a televisão deve usar sua credibilidade para defender a verdade. Há muita gente que só passa a acreditar em algo quando liga a TV para conferir o que leu ou ouviu por aí.

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No Brasil, os encontros de postulantes à Presidência são igualmente importantes. Faltar a um deles passa a impressão de medo dos adversários. O mais aguardado, sempre, é o da Globo, tradicionalmente o último a ser realizado, a poucos dias da eleição, e o de maior audiência. No pleito de 1989, a emissora descaradamente ajudou Fernando Collor a derrotar Lula nas urnas. O episódio de manipulação entrou para a história da comunicação e da política.

Os mediadores Dana Bash e Jake Tapper diante de Trump e Biden no estúdio da CNN em Atlanta, na Geórgia
Os mediadores Dana Bash e Jake Tapper diante de Trump e Biden no estúdio da CNN em Atlanta, na Geórgia
Foto: Reprodução/CNN
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