Paris não entrega grandiosidade e emoção de Jogos Olímpicos anteriores

Performances apressadas e excesso de dramaturgia gravada resultaram em cerimônia de abertura irregular e cansativa

26 jul 2024 - 17h48
(atualizado às 18h58)

Muita encenação, pouca comoção. Os diretores da cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris quiseram inovar, mas a ambição produziu um espetáculo picotado e com excesso de material gravado. 

Espalhar os números musicais pelas margens do Sena parecia interessante, porém, na prática, ficou confuso e o impacto perdeu força devido às intermináveis interrupções do ‘ao vivo’ para exibição de cenas de dramaturgia. 

Publicidade

Em vários momentos, a geração de TV parecia perdida, apenas com imagens à distância, sem valorizar detalhes. A pressa em mostrar o máximo de pontos turísticos da cidade e pular de uma atração a outra ofuscou o rico contexto histórico que costuma ser destacado nas aberturas dos Jogos. 

A figura do mascarado misterioso com a tocha acesa foi tão usada que ficou cansativo. A chegada da noite piorou a visibilidade e a identificação do que acontecia nas águas e laterais. O roteiro confuso com ações aleatórias minou a expectativa. 

O acesso restrito por questões de segurança gerou buracos nas áreas destinadas ao público. Faltou o imprescindível coprotagonismo das arquibancadas empolgadas. A cerimônia se assemelhou a um filme noir: presunçosa, desconexa e fria. Deu saudade dos espetáculos coerentes e de fácil assimilação nos estádios. 

Na Globo, momentos de bate-cabeça. Convidado especial, Galvão Bueno não se controlou e quis falar mais do que o locutor oficial da transmissão, Luís Roberto. O correspondente Guilherme Pereira teve pouco espaço para dar sua visão como morador da cidade. Em algumas tentativas, foi ignorado e interrompido.

Publicidade

Atualização: a parte final da cerimônia, com o rodízio de atletas segurando a tocha até a pira em formato de balão, e Céline Dion cantando 'L'Hymne à l'amour', de Edith Piaf, direto da Torre Eiffel, compensou os momentos monótonos das primeiras horas.

A pira olímpica no meio do Sena? Não, era o piano em chamas na performance da cantora Juliette Armanet: muito conceito, pouca emoção
A pira olímpica no meio do Sena? Não, era o piano em chamas na performance da cantora Juliette Armanet: muito conceito, pouca emoção
Foto: Reprodução
Blog Sala de TV - Todo o conteúdo (textos, ilustrações, áudios, fotos, gráficos, arquivos etc.) deste blog é de responsabilidade do blogueiro que o assina. A responsabilidade por todos os conteúdos aqui publicados, bem como pela obtenção de todas as autorizações e licenças necessárias, é exclusiva do blogueiro. Qualquer dúvida ou reclamação, favor contatá-lo diretamente no e-mail beniciojeff@gmail.com.
Fique por dentro das principais notícias de Entretenimento
Ativar notificações