A polarização existente na corrida eleitoral à Presidência, com a rivalidade entre bolsonaristas e lulistas, se reflete na concorrência entre os canais pagos de notícias.
Crítica a Jair Bolsonaro, a GloboNews mantém liderança confortável no ranking da Kantar Ibope. Em abril, foi a 11ª emissora mais vista do País, com média 0,15.
Abertamente simpática ao discurso de direita e ao atual presidente, a Jovem Pan News conseguiu ficar no 34º lugar, com 0,04 ponto, três posições à frente da CNN Brasil, vista como neutra por parte do público e antibolsonarista por outra fração de telespectadores.
Na quinta-feira (12), o Grupo Jovem Pan divulgou um editorial, no qual reafirmou “compromisso com a democracia”, se colocou contra “descredibilizar o processo eleitoral” e defendeu a “pluralidade” no debate público.
Na conclusão do texto, tentou se eximir da tendência explícita a favor de Bolsonaro e contra a esquerda. “Jornalistas, comentaristas e convidados não refletem a posição do Grupo Jovem Pan enquanto instituição.”
Com o aquecimento da cobertura das campanhas eleitorais, a Pan News tem chance de atrair mais telespectadores decididos pela reeleição de Bolsonaro.
O presidente é uma espécie de garoto-propaganda do canal. Tem sua live semanal transmitida na programação e sempre pede a seus seguidores que assistam à emissora.
Enquanto isso, a CNN Brasil vive uma crise de identidade: não sabe se é ‘hard news’ (com foco nas notícias mais importantes do momento) ou ‘soft’, conceito de jornalismo leve implementado pela atual direção.
Acaba disputando o mesmo perfil de telespectador da GloboNews, sem conseguir se destacar na audiência. Aliás, ambas têm o mesmo problema editorial: pouco espaço para o pensamento de direita e inexistente confronto de ideias entre âncoras e comentaristas – quase todos declaradamente progressistas.