Aos 30 anos, Gkay vive o pior momento da bem-sucedida carreira como personalidade de mídia após rebater as piadas depreciativas feitas por Fábio Porchat e Paulo Vieira no prêmio ‘Melhores do Ano’ do ‘Domingão com Huck’.
Ao se colocar como vítima, a influenciadora gerou uma onda de hostilidade contra os humoristas. O efeito colateral foi a exposição de tuites antigos com mensagens preconceituosas escritas por ela e o desabafo de gente que viveu péssimas experiências em sua companhia.
Sob ataque, Gkay passou mal e precisou ser levada a um hospital. Na sequência, desativou a conta no Twitter e parou de postar no Instagram. Segundo sua assessoria de imprensa, ela está sem acessar a internet para evitar ter contato com o tsunami de críticas que a pintam como arrogante, infantilizada e sem talento.
Quem passa também pelo maior revés da vida pública é o médico, fisiculturista e influenciador Paulo Muzy, 43 anos, ídolo de milhões de brasileiros adeptos ou admiradores de hipertrofia muscular.
A confusão começou quando a mulher dele, a nutricionista e também influenciadora Roberta Carbonari, postou foto com um jovem a quem definiu como um de seus “filhos grandes adotados”.
“Paulo Muuuuuuuuuuzy”, comentou um tuiteiro, fazendo referência ao mugido do boi para sugerir que ele seria corno. Ao responder o deboche, o médico se mostrou irritado e citou outros internautas que comentaram. “... já contei 3 chifrudos aqui. Vamos ver quantos serão.”
A partir daí, surgiram incontáveis posts provocativos, inclusive com montagens e frames de vídeos de Roberta malhando com um amigo de Muzy, sempre ironizando a cólera do marido ferido e reforçando a calúnia de suposta infidelidade. O médico respondeu a vários deles em tom furioso. “Não deixo barato uma ofensa”, justificou.
Referência de inteligência emocional e bom humor, o médico-atleta inspirou muitos produtores de conteúdo a aproveitar a polêmica sobre seu surpreendente descontrole para faturar audiência comentando o caso nas redes sociais. O conflito on-line tomou uma proporção gigantesca com evidente lesão à imagem de Muzy, até então visto como um homem perfeito com vida exemplar.
A controvérsia protagonizada por Gkay e Paulo Muzy ressalta uma lição básica: uma reação impulsiva e equivocada pode suscitar um desastre. Os dois caíram na armadilha de quem pretendia afetá-los e agora pagam um preço alto.
Caso tivessem ignorado o atiçamento não teriam experimentado essa contrariedade com possíveis consequências negativas à carreira. Ou poderiam ter respondido com igual sarcasmo (a autoironia é uma virtude dos sábios), colocando-se acima dos provocadores mal-intencionados.
Quem se expõe na internet e no universo das celebridades precisa dominar a arte do autocontrole para saber disfarçar. Há sempre alguém à espreita para capturar um sinal de fraqueza da pessoa famosa, às vezes tão humanamente frágil quanto qualquer anônimo.
Como lembrou um tuiteiro que se denomina Michelangelo, “a regra mais antiga do bullying escolar é: quanto mais você fica puto, mais vão zoar”.