A entrevista ao ‘Roda Viva’ do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais e na imprensa on-line na noite de segunda-feira (13).
Segundo dados prévios, o programa oscilou entre 0.9 e 1.5 ponto ao longo das duas horas de duração. A média consolidada de audiência será divulgada na tarde de hoje.
Campos Neto escolheu a tradicional atração jornalística da TV Cultura para responder aos ataques lançados contra ele por Lula nas últimas semanas.
A artilharia do presidente ganhou maior repercussão quando ele se referiu ao economista como “aquele cidadão” ao invés de dizer seu nome em conversa com Kennedy Alencar no ‘É Notícia’, em 2 de fevereiro.
Apesar de quase traçar no ranking do Ibope (marcou média de 0.3 ponto), o programa da RedeTV! virou assunto na mídia, citado até na GloboNews.
No início do ‘Roda Viva’, o presidente do BC estava visivelmente ansioso para rebater as principais críticas de Lula e do PT em relação à condução da política monetária do País.
Ele levou anotações em um papel, uma espécie de ‘cola’, algo raro de se ver entre entrevistados da arena comandada pela jornalista Vera Magalhães.
No Twitter, inúmeros usuários questionaram a escolha dele pelo ‘Roda Viva’, que alcança menos público do que a programação das maiores redes de TV, como Globo e Record.
Em tempo real, o programa realmente perde no Ibope, porém, oferece eco poderoso. Tanto é que instantaneamente gerou manchetes nos principais portais.
Será comentado ao longo da semana em telejornais da TV aberta e nos canais de notícias por assinatura. Essa reverberação é mais valiosa do que o índice apontado pela aferição da Kantar Ibope.
Considerado isento e plural, o jornalismo da Cultura conta com o respeito das demais emissoras. Sentar na cadeira giratória do ‘Roda Viva’ agrega prestígio ao entrevistado.
Nenhum outro canal daria a Campos Neto tanto tempo para se posicionar – e provavelmente ele seria interrompido a todo momento por comentaristas com o mau hábito de falar mais do que o entrevistado.
No ‘Roda Viva’, cada entrevista vira um documento histórico. Um exemplo disso é o programa com o economista e político Roberto Campos (1917-2001), avô do atual comandante do Banco Central.
Defensor do livre mercado e do pensamento liberal clássico, ele foi entrevistado em 1997. Ver-se na mesma posição de destaque deve ter pesado na decisão de Roberto Campos Neto para aceitar o convite da TV Cultura.