Com o agravamento das complicações por conta da Aids, o ator Lauro Corona precisou deixar duas vezes a novela "Vida Nova" (1988/1989). O artista morreu em julho de 1989 de forma precoce aos 32 anos sem jamais ter admitido a doença que vitimou ainda outro ator da Globo, em 1993. Naquela trama das seis de Benedito Ruy Barbosa, Lauro deu vida ao português Manuel Victor, protagonista da novela, seu último trabalho.
No primeiro afastamento do ator, entre fevereiro e março, o autor precisou mexer no rumo de um importante personagem. Em 19 de março de 1989, o jornal "O Dia" relatava que àquela altura, Lauro já estava longe dos estúdios da Globo havia aproximadamente 20 dias. Manuel Victor decidiu fazer uma viagem para evitar que a judia Ruth (Deborah Evelyn) precisasse escolher entre o filho e ele.
Dessa forma, Benedito resolveu dar uma mexida em "Vida Nova" para "criar um impacto maior na história" e matou o judeu Samuel, personagem do ator José Lewgoy (1920-2003), pai de Ruth e marido de Faní (Mírian Mehler). Na história, Samuel era um comerciante que fazia questão de cobrar cada centavo que lhe deviam e morria enquanto dormia vítima de esclerose, que já o acometia, provocando-lhe crises.
"Tudo pode acontecer, amanha posso até estar com câncer e não conseguir terminar a história", resumiu Benedito, que após "Vida Nova" migraria para a Manchete assinar "Pantanal" (1990). "Faça chuva ou faça sol, tenho que entregar um (capít...
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