Em janeiro de 1992, apenas 1 ano e 1 mês após o término da primeira versão de ‘Pantanal’, exibida na extinta TV Manchete, o ator José Alberto Pinheiro morreu aos 31 anos.
O paraense radicado no Rio sucumbiu a uma meningite agravada por pneumonia e complicações da Aids. Naquela época, o tratamento disponível não conseguia barrar o desenvolvimento da doença provocada pelo vírus HIV.
No mesmo período, o Brasil chorou a morte pela doença de outros artistas, como o cantor Cazuza, o ator Lauro Corona, o humorista Paulette e o estilista Ney Galvão.
José Alberto sonhava conquistar a fama pela música. Era fã de lambada e desejava ser o sucessor de seu conterrâneo, Beto Barbosa, o mais conhecido cantor do gênero.
Em 1988, ele lançou um álbum chamado ‘Luar do Amor’. Um tempo depois, conheceu o diretor Jayme Monjardim. Seu jeito descontraído o fez receber o convite para atuar em ‘Pantanal’.
Coadjuvante, o mordomo Zaqueu – gay assim como o ator – roubou a cena com suas tiradas de humor baseadas em clichês do homossexual. Era um tempo em que o público só aceitava uma ‘bicha afetada’ na TV se estivesse a serviço da comédia.
O personagem ganhou ainda mais destaque ao seguir a patroa Mariana (Nathália Timberg) ao Pantanal e se tornar peão. Ele viveu uma discreta paixão não correspondida por Alcides (Ângelo Antônio).
Na nova versão, no ar na Globo, Zaqueu é vivido por Silvero Pereira, artista militante LGBTQIAP+. O ator disse desejar que haja uma discussão sobre homofobia na trama e entre os telespectadores. Não quer ser apenas um alívio cômico no folhetim rural.