Sejamos sinceros: só aceita ser Camarote no ‘Big Brother Brasil’ o famoso com agenda vazia ou em busca da revitalização da carreira. Um artista no auge e com compromissos lucrativos não toparia tamanho risco à imagem.
Há muito a perder na superexposição. Nem o melhor dos atores consegue manter um personagem agradável o tempo todo. Cedo ou tarde, a passionalidade estará à flor da pele – assim como a desorientação provocada pelo confinamento prolongado – e erros graves poderão ser cometidos.
Vamos ao exemplo de Diogo Almeida. Entre março e setembro de 2023, ele fez o principal papel masculino da novela das 18h da Globo ‘Amor Perfeito’. Poucas vezes antes se viu um negro como protagonista.
Mas estar diariamente na maior vitrine da comunicação não trouxe outros papéis. No ano passado, ele ressurgiu na competição ‘The Masked Singer’ fantasiado de passarinho de relógio cuco.
Agora, no ‘BBB25’, Diogo constatou que vários colegas de programa não o conheciam. Prova de que as novelas não oferecem a mesma popularidade de décadas atrás. E a política de contrato curto, vigente apenas durante as gravações da obra, deixa o ator ou a atriz inseguro sobre o futuro.
Por isso, um convite a um reality show, mesmo com a probabilidade de sair com o ‘filme queimado’, se torna tentador pela visibilidade, os prêmios nas provas e os milhões que cairão na conta se for campeão. Com boletos a vencer e sem perspectiva melhor, o artista embarca na aventura.
Vitória Strada parece viver situação semelhante. Estrelou 3 novelas seguidas (‘Tempo de Amar’, ‘Espelho da Vida’ e ‘Salve-se Quem Puder’) entre 2017 e 2020. Depois, somente participações rápidas. Destacou-se ao vencer o ‘Dança dos Famosos’ em 2022. Sem personagem fixo na teledramaturgia há quase 5 anos, ela também entrou na atual edição.
Tanto Diogo quanto Vitória dividem opiniões nas redes sociais. Têm torcida a favor e contra. Ao fim da competição, conquistando ou não o 1º lugar, ambos terão de enfrentar o pejorativo rótulo ‘ex-BBB’ ao retomar a carreira.
Caso saiam impopulares, a vida profissional pode ficar ainda mais difícil. Vários autores e diretores não disfarçam o desprezo por ex-participantes de reality show. Será que vale a pena fazer essa aposta perigosa no ‘Big Brother’? Talvez seja melhor do que ficar em casa à espera de um convite de trabalho que pode não vir tão cedo.