Há quem acredite que Viola (Gabz) foi rejeitada pelo público. Fala-se até em racismo. A coluna defende a teoria de que existe uma indiferença em relação à personagem. ‘Não fede nem cheira’, em termo popular.
Ela começou bem. Muita gente ficou encantada com seu jeito moleca no 1° capítulo e se compadeceu com a tentativa de abuso sexual da parte de um traficante, ainda no Rio. Mavi (Chay Suede) a salvou. O casal foi instantaneamente ‘shippado’ nas redes sociais. Viraram namorados.
Em Angra dos Reis, Viola se interessou por Rudá (Nicolas Prattes). Sentiu-se culpada ao descobrir se tratar do namorado da amiga, Luma (Agatha Moreira). O desejo foi mais forte e ela o beijou na boca. Ali, parte do público passou a vê-la como infiel e talarica.
“Não gosto de história que romantiza traição. Não gosta da pessoa, tá gostando de outra? Seja adulto, admita e termina”, comentou uma telespectadora no canal da Globo no YouTube.
“Muita gente defendendo Viola e Rudá, mas não é certo. Acontece muito isso na vida real. Quem acha certo esse casal trair os namorados?”, questionou outra.
O autor João Emanuel Carneiro atiçou o senso de ética, a moralidade e o conservadorismo de parte numerosa dos noveleiros. A mocinha perdeu o véu de inocência e justiça.
Para piorar, o assassinato de Molina (Rodrigo Lombardi), distanciou Viola e Rudá, esfriando a paixão. Os dois nunca lutaram verdadeiramente para ficar juntos e, por isso, jamais despertaram a torcida real do público que adora um romance impossível.
A impressão é que os sentimentos da cozinheira são superficiais. Falta energia, desejo pulsante por alguém. No momento, ela se tornou um monótono boneco de ventríloquo de Mavi. Como se empolgar com personagem tão sem vigor?
O roteiro de ‘Mania de Você’ se perdeu ao girar em torno dos altos e baixos entre Luma e Viola. Está repetitivo. Sugou o carisma inicial das personagens e ‘matou’ as histórias de amor.