Mineiro de Timóteo, interior de Minas Gerais, Vinícius Assis se encontrou no Egito com o grupo de brasileiros que deixaram Gaza no domingo (12), após longa espera por autorização e a abertura da fronteira.
Ele é o único repórter da Globo e GloboNews na África. Faz entradas ao vivo e grava matérias exibidas nos telejornais das duas emissoras. Vive no continente desde 2018.
Morou na África do Sul, Etiópia, Moçambique e recentemente se mudou para Abidjan, a capital econômica da Costa do Marfim. É adepto do MoJo (Mobile Journalism), ou seja, um jornalista que faz seu trabalho usando dispositivos eletrônicos como tablet e smartphone. Assim, vai aonde a notícia está.
No caso dele, um nômade que muda de países a fim de conhecer diferentes realidades e ampliar sua visão a respeito de um continente pouco valorizado pela mídia brasileira, apesar das raízes africanas da maior parte da população do país.
O correspondente cobre especialmente política, economia, a luta antirracista e guerras locais. Viaja por paisagens paradisíacas entre a riqueza e a pobreza das populações.
Vinícius Assis já havia trabalhado como editor na Globo entre 2005 e 2009. Depois, foi repórter de canais regionais, estagiou na TV e no portal ‘Marca’, da Espanha, passou pela Agência Pública e atuou na reportagem da Record.
A televisão brasileira precisa de mais profissionais como ele, dispostos a se arriscar por lugares pouco conhecidos pela maioria de nós. O jornalismo não pode ter interesse apenas por Estados Unidos, Europa e China.
Segundo o Itamaraty, cerca de 40 mil brasileiros moram na África. Quem são, por que imigraram, no que trabalham, como vivem... Os veículos de imprensa têm a obrigação de ampliar a cobertura sobre o terceiro maior continente do planeta. Há muito de Brasil por lá e vice-versa.