Ano novo, presidente novo... na Globo. A partir de 1º de fevereiro, Paulo Marinho assume a presidência executiva da TV líder em audiência no País. Ele substitui Jorge Nóbrega, no cargo desde 2017.
Paulo, de 44 anos, é filho de José Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo e diretor-geral da Fundação Roberto Marinho. No momento, o próximo todo-poderoso da TV é diretor dos canais da Globo.
Formado em Administração, o futuro presidente-executivo gostava de ter longas conversas com o avô, fundador do maior conglomerado de comunicação do Brasil. Roberto Marinho sempre perguntava sobre os estudos e implicava com o visual do neto.
“Eu, meio rebelde, era cabeludo. E ele perguntava: ‘Quando vai cortar esse cabelo?’”, contou Paulo ao projeto Memória Globo. Quando o avô morreu, aos 98 anos, em agosto de 2003, Paulo tinha 26 anos e já trabalhava na empresa da família.
Ele foi coordenador de Conteúdo e Marketing no Sistema Globo de Rádio, diretor dos canais infantis Gloob e Gloobinho, da ViU Hub (empresa do grupo com atuação em plataformas digitais), diretor-geral de Canais e Conteúdo da então Globosat e, desde 2020, responsável pelos canais de TV aberta e por assinatura e também pela rede de afiliadas da Globo.
Paulo Marinho terá vários desafios no comando da emissora. O mais evidente é equilibrar receita com gastos e investimentos. De 2019 a 2020, o lucro do Grupo Globo caiu 77%, de R$ 752,5 milhões para R$ 167,8 milhões.
No primeiro semestre deste ano teve prejuízo de R$ 114 milhões, perda 125% maior do que a registrada nos primeiros seis meses de 2020, R$ 51 milhões.
Outra missão é expandir o conceito de ‘mediatech’ na Globo, com maior interação entre a TV e o Globoplay e mais produção de conteúdo para o on-line. Ter sucesso no digital é imprescindível para a empresa criar uma nova geração de telespectadores/usuários.
O jovem presidente-executivo precisará ainda ficar de olho na concorrência cada vez mais forte e criativa, especialmente os serviços de streaming como Netflix e Amazon Prime. Essas plataformas ‘roubam’ numerosos consumidores de televisão.
Com perfil discreto, assim como o de seu pai e dos tios, Paulo Marinho deve fazer uma gestão longe de polêmicas. Estima-se que, do lado paterno, ele tenha direito a uma fortuna de 200 milhões de dólares, cerca de R$ 1,1 bilhão.
Em tempo: João Roberto, o filho número 2 do clã Marinho (irmão de Roberto Irineu e José Roberto), passará a ser o presidente do Grupo Globo. Ele vai continuar a ocupar a presidência do Conselho Administrativo, a cúpula que determina os rumos institucionais e editoriais da empresa.