Nenhuma surpresa na demissão de Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo e Zoe Martinez da Jovem Pan News.
Os três estavam afastados desde a instauração de inquérito do Ministério Público Federal (MPF) para investigar suposta disseminação de desinformação na emissora.
Segundo ‘O Antagonista’, o corte desta segunda-feira (16) atingiu também Marco Antonio Costa, Fernão Lara Mesquita e Coronel Gerson Gomes.
Anteriormente, a emissora dispensou Augusto Nunes, Caio Coppolla, Guilherme Fiuza, Carla Cecato e José Carlos Bernardi, entre outros jornalistas vistos como soldados do bolsonarismo.
Com a nova onda de demissões, a Jovem Pan News tenta abafar em seus programas o discurso com teor antidemocrático da extrema-direita e de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Alguns comentaristas com manifestações anti-esquerda foram poupados. Entre eles, Fernando Conrado, Alexandre Garcia, Tiago Pavinatto, Jorge Serrão e José Maria Trindade.
Comenta-se internamente que continuarão no ar, por enquanto, por não terem ferido gravemente nenhum princípio. Estariam avisados de que as críticas contra Lula e a esquerda devem ter argumentos sólidos, jamais ofensas e boatos maliciosos.
Caso fosse radicalizar e demitir todas as vozes que ecoam a direita e o conservadorismo, a Jovem Pan News sofreria um desfalque em sua programação. Faltariam profissionais para repercutir as notícias nos telejornais.
Ainda que mantenha alguns apresentadores e comentaristas declaradamente de direita, o canal sinaliza uma guinada editorial ao centro motivada pelo senso de sobrevivência.
O canal tem sido alvo de campanha de perda de anunciantes pelo Sleeping Giants Brasil. O perfil no Twitter do movimento contra fake news informa afirma que 29 empresas já teriam suspendido anúncios nas plataformas do grupo de comunicação do empresário Tutinha Amaral.
Pelo que fontes relataram ao Sala de TV, a Jovem Pan News pretende amenizar os ataques contra o governo federal e parar de promover quem defende os ‘patriotas’ de Bolsonaro.
Com isso, acredita que vai recuperar credibilidade, melhorar sua imagem no mercado publicitário e até atrair verba de propaganda oficial da Presidência e de ministérios.