Quando o ‘Big Brother Brasil’ estreou na Globo, em janeiro de 2002, não existia Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat...
A exibição da vida íntima de anônimos causou surpresa e despertou a curiosidade dos telespectadores brasileiros.
Era como olhar pela fechadura da porta. O formato criado em 1999, na Holanda, estimulava o voyeurismo: um convite para invadir a privacidade alheia.
Com a proliferação das redes sociais, o ‘BBB’ ganhou concorrentes de peso. A gente passou a ter acesso à vida íntima de amigos, parentes, famosos e desconhecidos.
Muitos usuários criaram o seu próprio reality show ao postar fotos, vídeos e depoimentos extremamente pessoais.
A busca por popularidade nas redes sociais provocou a superexposição da imagem, além de precipitar a revelação de ideologias e preconceitos.
Com isso, o ‘Big Brother Brasil’ perdeu boa parte de seu impacto. O que se vê na ‘casa mais vigiada’ do País é menos interessante (ou, em algumas circunstâncias, menos chocante) do que está em qualquer timeline.
Não seria exagero afirmar que o próprio ‘BBB’ – e as muitas outras atrações derivadas do gênero – influenciaram a criação de Facebook, Instagram e outras mídias semelhantes.
O ‘Big Brother’ nos autorizou a assumir o desejo (e o prazer) de bisbilhotar a vida alheia, que sempre parece mais excitante do que a nossa.
Mas o programa se tornou quase ingênuo perto do que se vê de evasão de privacidade de quem sente a necessidade de compartilhar desde o prato que come até fotos após o sexo.
Quase monótona, esta décima oitava edição está desinteressante na comparação com o ‘conteúdo’ cotidiano das redes sociais.
O ‘BBB’ perde feio para a verdade inventada por quem se dedica a uma vida virtual.