Amigos, amigos, negócios e audiência à parte. Assim será a relação entre Faustão e Luciano Huck a partir de janeiro de 2022.
Fausto Silva, 71 anos, deixa a Globo após 32 anos ininterruptos no comando do ‘Domingão’. Voltará para a Band, onde fez sucesso com o ‘Perdidos na Noite’.
Foi lá, no canal da família Saad, onde Huck se projetou com o programa ‘H’ e de onde saiu, em 1999, para ocupar as tardes de sábado da Globo com o ‘Caldeirão’.
A despedida de Faustão será em 26 de dezembro. Sua estreia na Band deverá ocorrer poucas semanas depois. No mesmo período, Luciano assumirá a faixa do ‘Domingão’.
Há expectativa de que os apresentadores — amigos atrás das câmeras — iniciem uma disputa por audiência semelhante à travada por Fausto e Gugu entre a década de 1990 e meados dos anos 2000.
Na intenção de ‘roubar’ do concorrente alguns pontos de Ibope, ambos investiram em atrações criativas, como o quadro ‘Sentindo na Pele’ e a competição ‘Show dos Famosos’, mas também apelaram a bizarrices vergonhosas.
Como esquecer o ‘sushi erótico’ com mulheres seminuas, a falsa entrevista com membros de uma facção criminosa, a exploração do rapaz com nanismo chamado de ‘Latininho’ e os closes ginecológicos da ‘Banheira do Gugu’?
Com a experiência dos erros, Faustão certamente não vai exibir baixarias. Mas há expectativa de que seu programa na Band seja mais ousado, livre do ‘padrão Globo’ de moralidade.
O apresentador terá o desafio de levantar os baixos índices da futura nova emissora. Aos domingos, a programação do canal paulista raramente chega a 3 pontos e sempre fica atrás de Record e SBT.
Huck também precisará encarar missão difícil: manter a liderança folgada da Globo, com médias entre 16 e 18 pontos na faixa hoje ocupada pelo ‘Domingão’.
Espera-se dele um programa diferente do ‘Caldeirão’, com conteúdo criativo que justifique sua transferência para o domingo e o status que herdará de ‘apresentador mais poderoso da TV’.
Tomara que nesse duelo de gigantes a vitória seja do telespectador. Quem ainda se dispõe a encarar a TV no domingo — por interesse genuíno ou falta de opção de entretenimento — merece ser surpreendido positivamente.