Primeiramente, um esclarecimento: ninguém, seja famoso ou anônimo, é obrigado a conceder entrevista a quem quer que seja. Mas ignorar completamente a presença e as perguntas de um profissional de imprensa é, no mínimo, falta de educação. Ainda mais quando a intenção é enaltecer o entrevistado.
Segundo esclarecimento: a fama vai passar para a maioria dos ex-participantes do 'BBB21'. Em breve, ninguém terá interesse em entrevistá-los. Este momento de ampla visibilidade vem com prazo de validade curto. A história mostra que o retorno ao ostracismo é quase compulsório. Poucos conseguem se manter sob os holofotes.
Explanações feitas, ao fato. João Luiz ignorou a abordagem - respeitosa, ressalte-se - do repórter Gustavo Coruja, do 'TV Fama', ao desembarcar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ok, o programa baseado em fofocas sobre celebridades não tem a melhor das reputações.
Mas não custa a ninguém dar um "bom dia", acenar, sorrir (ainda que sob a máscara), demonstrar alguma simpatia. Afinal, atrás daquele jornalista há o público. Certamente muitos fãs de João Luiz assistem à atração da RedeTV! na faixa nobre. O professor preferiu fingir que o repórter não existia. Transmitiu imagem de presunção.
Na matéria a respeito do ocorrido, Gustavo Coruja faz três perguntas ao ex-'BBB'. "João, você já teve consciência da importância da sua participação no Big Brother?", "Está se surpreendendo com o carinho dos fãs aqui fora, João?", questionou o jornalista. "Tem algum participante que daria nota vermelha?", quis saber também o profissional de TV. Nenhuma indagação foi ofensiva ou pejorativa, como se constata.
João o viu, o ouviu, o ignorou. Chegou a desviar dele. Nem parecia aquele jovem humanista que protagonizou um dos momentos mais relevantes da história do 'Big Brother Brasil' ao denunciar a dor emocional despertada pelo racismo embutido em comentário inadequado a respeito de seu cabelo black power.
No mesmo aeroporto, o também ex-'Big21' Caio teve postura diferente ao se ver diante da equipe do 'TV Fama'. Respondeu, ainda que breve, e esboçou alguma simpatia. Ficou evidente que ele não queria conversar com o programa, nem por isso desdenhou o repórter. Fez o que se sugere fazer nessa situação: ser de alguma maneira agradável, em respeito ao jornalista e ao público que ele representa, e partir.