No domingo (12) estreou a nova edição do ‘Big Brother’ em Portugal. Ao longo de semanas, o canal TVI fez mistério a respeito de quem iria comandar o reality show. A revelação surpreendeu: foram escolhidos dois apresentadores declaradamente gays, Cláudio Ramos e Manuel Luís Goucha.
Entre os competidores há um homem trans negro, Lourenço Barcelos, de 24 anos. Ele trabalha como ajudante no restaurante da família e sonha ser ator. Na primeira conversa no confessionário, o brother falou sobre sua condição. “Quero ser inspiração para transexuais como eu e toda a comunidade LGBT”, disse. “Quero abrir mentalidades.”
Em 21 temporadas do ‘Big Brother Brasil’, com mais de 300 participantes, houve um único representante dos trans, a modelo Ariadna Arantes, no ‘BBB11’. Rejeitada de cara, ela foi a primeira eliminada e não conseguiu apoio na votação para a repescagem. Na recente edição de ‘No Limite’, se sentiu novamente alvo de transfobia.
O elenco do ‘Big Brother’ português tem ainda um homem cis gay, o arquiteto Bruno, de 32 anos, ativista dos direitos humanos e da comunidade LGBTQIA+. Essa diversidade sexual no reality da TVI se opõe ao conservadorismo dos portugueses em relação a direitos primordiais de cidadãos não-heterossexuais.
No ano passado, a emissora fez uma pesquisa sobre temas sensíveis, como divórcio, sexo antes do casamento e aborto. A maioria dos entrevistados se mostrou progressista. Mas revelou seu conservadorismo sobre a união civil gay: 52% são contra.
A adoção de crianças por casais homossexuais sofre rejeição ainda maior, de 68%. Apesar dessa resistência, leis já beneficiam os interessados. Em Portugal, gays podem se casar desde 2010 e a adoção homoparental entrou em vigor em 2016.