Mocinha, vilã, choro, merchan: final do MasterChef é novela

A discreta Michele Crispim surpreende ao derrotar a favorita Deborah Werneck

23 ago 2017 - 09h28

A gerente comercial Michele Crispim superou a própria insegurança e venceu a favorita, a assessora de investimentos Deborah Werneck, no duelo pelo troféu do ‘MasterChef Brasil 4’.

O menu autoral campeão teve tutano servido no osso, cupim com pupunha e sobremesa de abacaxi com tapioca. As pequenas falhas não comprometeram o paladar dos jurados Paola Carosella, Henrique Fogaça e Erick Jacquin.

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Discreta e muitas vezes insegura, a campeã Michele Crispim azedou o favoritismo de vários cozinheiros
Discreta e muitas vezes insegura, a campeã Michele Crispim azedou o favoritismo de vários cozinheiros
Foto: Divulgação/Band

Se fosse uma novela, o talent show da Band teria Michele no papel da mocinha tímida e frágil, sem a certeza do final feliz no último capítulo.

Já Deborah poderia ser uma quase vilã, não pela prática de maldades, e sim devido ao excesso de autoestima, espírito altamente competidor e humor ácido – características nada deploráveis, porém malvistas pela maioria dos brasileiros.

O episódio que encerrou mais uma bem-sucedida temporada da competição foi preparado com os ingredientes de uma receita saborosa.

Houve imprevistos na execução dos pratos, lágrimas (de nervosismo e comoção) das competidoras e da apresentadora Ana Paula Padrão e até eliminado com estrelismo no mezanino.

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Não faltou nem a já tradicional ação de merchandising inserida no contexto da trama: a vitória foi anunciada por um toque de celular, para promover a operadora que patrocina o show.

Os fanáticos pelo formato da Endemol Shine Brasil podem ter acordado nesta quarta-feira com sintomas de crise de abstinência. Contudo, a larica vai durar pouco: dia 5 começa a segunda edição com cozinheiros profissionais.

Qual a grande novidade dessa próxima temporada? Nenhuma – e aí está o poder fascinante do ‘MasterChef’: a atração se desenvolve de maneira previsível, porém consegue envolver e entreter o telespectador como se fosse uma receita surpreendentemente inédita.

É como um bom folhetim, capaz de suscitar diferentes sentimentos no público: alegria, emoção, expectativa, revolta. Sempre com sabor refrescante. Assim, funciona como eficiente escapismo para amenizar o amargor do dia a dia.

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Com produção, edição e direção primorosas, o programa transpõe a frieza da tela da TV para proporcionar uma experiência quase sensorial ao telespectador. Nas palavras de Fogaça, “comida é beleza, arte, prazer. O barato é louco”.

O ‘MasterChef Brasil’ consegue outra proeza: levar a Band, quarta emissora no ranking de audiência, a superar eventualmente a toda poderosa Globo no Ibope e liderar a mobilização nas redes sociais brasileiras.

Por quanto tempo a atração vai se manter assim tão apetitosa? Impossível prever. Por enquanto, o menu degustação continua irresistível. A gente não quer que essa novela gastronômica termine tão cedo.

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