O que leva homens a depreciar o corpo de uma mulher diante das câmeras do programa de TV mais comentado do momento?
Assinale a alternativa correta:
( ) Machismo
( ) Misoginia
( ) Etarismo
( ) Burrice
( ) Todas as opções anteriores
Em post de 8 de fevereiro de 2020, este blog manchetou: ‘Chernoboys do BBB ganham apenas má fama, vexame e haters’. Caso não aconteça uma revisão de pensamento e uma redenção convincente, este também será o destino de alguns brothers do ‘BBB24’.
Maycon (o primeiro eliminado), Rodriguinho e Nizam fizeram comentários desnecessários a respeito da silhueta de Yasmin Brunet.
O ‘tia da merenda’ só faltou culpar a modelo por usar roupas que atraíam seu olhar de cobiça. A velha – e odiosa – acusação de que a mulher exagera na sensualidade a fim de provocar o sexo masculino para tirar alguma vantagem.
Numa rodinha ao estilo Clube do Bolinha, o pagodeiro disse, sem cerimônia, que a sister “já foi bem melhor, mas tá bonita ainda”. Quanta bondade! O executivo saradão fez sua própria análise. “Eu acho o corpo dela meio estranho.”
Rodriguinho foi adiante: “Ela está mais velha, você percebe, ela largou mão aqui”. O cantor comentou em tom jocoso que Yasmin comeu dois pacotes de bolacha com requeijão. Na sequência, disse que ela ficaria mais atraente “lá fora, arrumadona na balada”.
Falar da aparência feminina faz parte do universo masculino, seja entre héteros, bis ou gays. Homem fala de mulher, ponto final. A questão neste caso do ‘BBB’ é a abordagem pejorativa, de julgamento da silhueta e explícito preconceito com a idade.
Sejamos honestos: qualquer um tem o direito de pensar o que quiser. Mas verbalizar tamanhas grosserias diante das câmeras? Seria ingenuidade ou falta de inteligência?
O histórico dos realities shows mostra o estrago que uma declaração infeliz pode provocar. Controlar as palavras é a regra número 1 a qualquer participante deste tipo de competição televisiva. Questão de autopreservação e, acima disso, respeito à pessoa alvo dos comentários depreciativos.
Espelho da sociedade, o ‘Big Brother Brasil’ mais uma vez serve de plataforma para a discussão de um problema social pouco debatido em casa, no ambiente de trabalho e na escola.
A mulher tem o direito de ser bonita ou feia, sensual ou discreta, mostrar ou não o corpo, envelhecer, comer à vontade, engordar, não retribuir cantada e tudo mais o que sua autonomia permitir.
Voltando ao ‘BBB20’, um grupo de alphas se uniu contra as participantes. Evocou suposta superioridade de gênero. A reação delas e do público foi implacável: a maioria dos brothers tóxicos acabou eliminada. Chernoboys reduzidos a pó. Tem gente que não aprendeu a lição.