A poderosa Globo vive um dos momentos mais delicados de sua história no Ibope. No horário nobre, das 18h à meia-noite, apresenta índices bem abaixo da média.
O ‘Jornal Nacional’, que ultrapassava frequentemente os 30 pontos em 2019, agora chega a marcar menos de 20. Nos últimos 5 anos, perdeu 15% de público na aferição nacional.
‘Um Lugar ao Sol’ está com média parcial de 22,3 pontos. Não tem mais tempo suficiente para se recuperar: vai se tornar a novela das 21h com pior audiência da Globo desde ‘Rosa Rebelde’, de 1969.
Grande aposta para o primeiro trimestre, o ‘BBB22’ registra, até o momento, 3 pontos de média a menos do que a edição anterior, o que representa uma fuga de 11% de telespectadores.
A emissora líder no ranking da Kantar Ibope nunca esteve tão fragilizada, porém, continua a conseguir quase três vezes mais audiência do que a Record TV e vantagem ainda maior em relação ao SBT.
As principais adversárias não aproveitam a crise inédita no canal da família Marinho a fim de crescer. Estão numericamente estagnadas, sem força suficiente para tentar encostar na Globo no PTN (Painel Nacional de Televisão).
Falta principalmente ousadia artística. Record TV e SBT exibem mais do mesmo. Conseguem apenas destaques pontuais, a exemplo das transmissões de futebol na emissora de Silvio Santos.
Ao invés de atrair e segurar parte dos descontentes com a rival carioca, também perdem audiência para canais pagos, plataformas de streaming e outras opções de entretenimento.
A televisão de sinal aberto ainda possui relevância gigantesca, mas vive uma fase complicada, e precisa reagir rápido para garantir a sobrevivência do negócio.
Cada vez mais exigente e com mais opções nas telas da TV e do celular, o telespectador deixou de ser fiel a esse ou aquele canal. Abandona hábitos antigos sem hesitar.
Globo, Record TV e SBT só têm uma saída: investir pesado em produções inovadoras e ampliar a convergência com a internet (especialmente as redes sociais e os serviços próprios de streaming).
Ao contrário do que os críticos propagam há décadas, a televisão tradicional não vai morrer. Contudo, está cada vez menos presente na casa de milhões de famílias.