Katiuscia Sotomayor, repórter da Jovem Pan em Brasília, pareceu que não conteve a emoção ao noticiar a operação da Polícia Federal realizada na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na quarta-feira, 3.
Antes de finalizar sua participação ao vivo no Morning Show, com a voz embargada, a repórter citou tuítes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da primeira-dama, Janja da Silva, reagindo à notícia. O vídeo protagonizado por Katiusci chamou atenção nas redes pelo seu semblante visivelmente triste.
"Só para concluir: a gente amanheceu com um tuíte do presidente Lula falando 'bom dia e boa quarta-feira' e, na sequência, a primeira-dama, Janja, também postou 'bom dia'", disse ela.
A jovem pan kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk pic.twitter.com/OINVmuKx9r
— Gustavo Canalhão (@gustavocanalhao) May 3, 2023
Nas redes sociais, mas principalmente no Twitter, as cenas viralizaram. "Que patético", disse um usuário da plataforma. "Isso que é jornalismo apartidário", comentou outro. "O clima é de velório", pontuou um terceiro.
Porém, entrevista ao F5, da Folha de S. Paulo, a repórter negou a emoção: "Eu não chorei nem estava prestes a chorar". Segundo a jornalista, ela trata uma lesão no cotovelo. "Estou me recuperando de um machucado e não percebi que não estava conseguindo disfarçar a dor", explicou.
Bolsonaro na mira
A Polícia Federal deflagrou na quarta-feira, 3, uma operação que investiga a inclusão de dados falsos sobre vacinação contra covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A suspeita é de que Bolsonaro teria sido um dos beneficiados. O tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de ex-presidente, foi preso. Além dele, mais cinco pessoas foram detidas, incluindo policiais militares e um coronel do Exército.
A PF investiga se cartão de Bolsonaro foi fraudado para entrar nos Estados Unidos. Por isso, houve busca e apreensão na casa do ex-presidente, que teve o celular apreendido.
Segundo o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a PF investiga crimes de: infração de medida sanitária preventiva; associação criminosa; inserção de dados falsos em sistemas de informação; e corrupção de menores. Além desse caso do cartão da vacina, há outras investigações que pesam contra o ex-presidente, como o escândalo das joias sauditas e a investigação sobre os atos golpistas.
Para especialistas ouvidos pelo Estadão, o ex-presidente pode ser responsabilizado em três frentes: na Justiça brasileira, na dos EUA e no Tribunal Penal Internacional, jurisdição que já reúne denúncias contra Bolsonaro.
*Com informações do Estadão Conteúdo