No ‘GloboNews Mais’, o âncora Tiago Eltz chamou a repórter Karla Lucena, de Brasília, para ela transmitir informações a respeito da prisão do ex-deputado bolsonarista Daniel Silveira.
A jornalista aproveitou a oportunidade para fazer uma homenagem.
“Eu gostaria de externar aqui a minha gratidão a Gloria Maria”, disse, com a voz gradualmente embargada.
“Foi, sem dúvida, uma jornalista que abriu portas para jornalistas negras como eu. Vendo ela na TV, eu acreditei que era possível.”
Karla conseguiu segurar o choro, recuperou o fôlego e entrou no tema da pauta.
Na volta da imagem ao estúdio, Eltz comentou. “Karla, obrigado por seu depoimento emocionado. A gente viu como representatividade é importante. A representatividade da Gloria Maria, uma mulher negra, foi importante pra você estar aqui hoje.”
A outra âncora do telejornal, Julia Duailibi, também agradeceu a repórter pela manifestação pessoal em relação ao legado de 1ª repórter negra da Globo.
Minutos depois, Karla voltou ao ar. "Eu tenho 37 anos. Quando eu era nova, minha referência de jornalista negra era Gloria Maria. Quando eu nasci, Gloria Maria já era Gloria Maria", contou.
"Qualquer jornalista negro tem em Gloria Maria essa força e essa visão de que sim, é possível a gente chegar, ocupar esses espaços."
Gloria Maria morreu após quase quatro anos de batalha contra um câncer que gerou metástase. Ela deixa duas filhas, Maria e Laura.
Ela entrou na Globo em 1970. Revolucionou a maneira de fazer reportagens com seu estilo informal e, às vezes, irreverente. Humanizou o jornalismo na TV.