Lima Duarte admitiu algumas vezes, discretamente, ter se apaixonado por Maitê Proença nos bastidores de ‘O Salvador da Pátria’. Na novela de 1989, atualmente reprisada no canal Viva, eles formam o casal Sassá Mutema e Clotilde.
O boia-fria transformado em político e a professora de alfabetização de adultos emocionaram o público daquela época. O tempo fez bem ao amor ficcional de personagens tão díspares. O romance continua crível e comovente. Bonito de assistir.
No capítulo transmitido na terça-feira (24), a sequência do julgamento de Sassá pelo assassinato de Juca Pirama (Luis Gustavo) e Marlene (Tássia Camargo) teve o depoimento de Clotilde entre as testemunhas de defesa. Foi uma prova de amor com poucas e poéticas palavras.
“Eu não tenho condições nem provas para inocentar o Sassá. O que eu posso dizer é que ele é a pessoa mais sensível e mais inteligente que conheci em toda a minha vida. Ele é uma pedra preciosa que saiu do estado bruto e se transformou rapidamente com sua luz, seu brilho. Ele me conquistou definitivamente. Mudou completamente a minha vida. Eu percebi que ainda valia a pena viver, através do contato com ele. Então eu acho que um homem assim merece a oportunidade da vida e da liberdade. Ele tem o meu amor.”
A troca de olhares entre Maitê e Lima na cena transcendeu a conexão emocional de Clotilde e Sassá. Pareceu vida real, paixão autêntica. Mérito do talento dos atores e, possivelmente, reflexo da ligação afetiva desenvolvida ao longo das gravações.
Qual homem não se apaixonaria por Maitê/Clotilde? Compreensível tantos artistas já terem levado o amor da ficção para a vida real, gerando namoros e casamentos. Por mais que haja autocontrole, um ator e uma atriz não deixam de estar suscetíveis às armadilhas do coração.
Caro Lima Duarte, nós te entendemos. Como escreveu Freud, “quem não ama, adoece”.