Rivais descobrem como derrotar Globo, mas falta um 'detalhe'

Antes inalcançável, a poderosa emissora da família Marinho tem sofrido ataques inéditos no Ibope

21 mar 2022 - 09h47
A Globo, quem diria, tem levado tombos no Ibope
A Globo, quem diria, tem levado tombos no Ibope
Foto: Ilustração: Blog Sala de TV

No domingo (20), a Band encostou na Globo com a transmissão do Grande Prêmio do Bahrein de Fórmula 1. Ficou a menos de 3 pontos na média de audiência.

A Record TV foi mais feliz. O clássico Flamengo x Vasco, pelo Campeonato Carioca, venceu o episódio do 'The Masked Singer Brasil' na prévia da aferição de público.

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Esses resultados surpreendentes contra a Globo deixaram de ser exceção. Em novembro de 2021, o canal levou uma goleada do SBT com a exibição da final da Libertadores entre Flamengo e Palmeiras.

Poucos dias depois, a Band fez o 'Esporte Espetacular' correr poeira com a prova de Abu Dhabi da F1.

Em fevereiro deste ano, a emissora do clã Saad derrotou a concorrente mais uma vez, com a final do Mundial de Clubes entre Palmeiras e Chelsea.

O 'segredo' para superar a Globo, até pouco tempo vista como imbatível, está mais do que revelado: transmissões esportivas.

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O jornalismo, as novelas e os programas de entretenimento das maiores adversárias – Record TV, SBT e Band – raramente conseguem se igualar ou ultrapassar numericamente a líder.

Já com o futebol e o automobilismo é possível chegar ao topo da audiência. Mas aí surge o 'x' da questão, o tal 'detalhe'.

As concorrentes precisarão investir muito dinheiro para comprar os direitos de transmissão de mais atrações do gênero. Uma fortuna cobrada pelos donos do negócio.

Especula-se que a Band pagou US$ 10 milhões (R$ 50 milhões na cotação atual) por cada temporada do principal campeonato de automobilismo.

Para ter a Copa Libertadores, o SBT desembolsou cerca de US$ 60 milhões (R$ 300 milhões na conversão de hoje) por ano à Conmebol.  Esse valor representa quase 1/3 do faturamento médio da emissora de Silvio Santos.

Ainda que haja expectativa de receitas mais do que suficientes para cobrir o investimento e gerar lucro, os canais são obrigados a adiantar um dinheirão para garantir os pacotes. E o caixa não anda cheio.

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Todas as redes de TV – inclusive a Globo, que fatura mais de R$ 10 bi anualmente – sofreram abalo econômico com a queda de verbas publicitárias por conta da pandemia de covid-19 e o aumento dos custos de operações.

Somente agora, dois anos depois do início da crise sanitária global, as emissoras começam a equilibrar as contas e melhoram os resultados no balanço financeiro.

Com o retorno gradual dos grandes anunciantes, os canais rivais poderão adquirir mais competições esportivas para experimentar o doce sabor de derrotar a ex-insuperável Globo.

Em tempo: além das 'colegas' de TV aberta, a Globo enfrenta a concorrência de outras plataformas com exibições esportivas, como Twitch (com o fenômeno Casimiro), YouTube, Amazon Prime Video, Facebook e Star+.

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