Quem acompanha o ranking diário de audiência da TV aberta foi surpreendido com os índices das últimas semanas. Em junho, o SBT cresceu em todas as faixas horárias. “Impactou 101,9 milhões de telespectadores em todo o Brasil”, afirma a assessoria da emissora.
Segundo dados fornecidos à imprensa a partir dos relatórios da empresa Kantar Ibope, o canal registrou crescimento de 6,36% na média 24 horas de aferição de público. A Globo teve queda de 1,79% enquanto a Record perdeu 7,43%. Este sobe e desce acirra a disputa pela vice-liderança, com relevante reação da TV de Silvio Santos.
No horário nobre, das 18h às 0h, grande termômetro para o mercado publicitário, o SBT conseguiu 4,4 pontos no mês passado, viés positivo em relação a maio. Já as concorrentes mais próximas viram a fuga de telespectadores no período.
Julho também começou animador à emissora da Anhanguera, sob a direção de Daniela Beyruti. No domingo (7), o ‘Programa Silvio Santos’, com Patrícia Abravanel, teve pico de 9,3 pontos e foi a maior audiência fora da Globo. Mais cedo, o ‘Domingo Legal’, de Celso Portiolli, garantiu o 2° lugar no ranking com média de 6 pontos.
Chama a atenção o crescimento do SBT na ressaca da perda de uma de suas maiores estrelas, Eliana, agora uma global. O que poderia iniciar uma crise gerou mais visibilidade – a valiosa publicidade espontânea na mídia e nas redes sociais. Muita gente foi atraída pela curiosidade sobre o vácuo deixado pela apresentadora na programação dominical.
Desde a transferência da artista, nota-se também a ressuscitação da guerra de nervos entre o SBT e a Globo, como ocorreu especialmente ao longo da década de 1990, quando Faustão e Gugu disputavam décimo a décimo.
Recados irônicos são enviados do clã Abravanel à poderosa líder. Há quem desaprove as provocações. Este colunista acredita que são oportunas quando criativas e respeitosas. A competição faz bem à qualidade da TV e entretém o público.
O SBT vive um ano especialmente desafiador, com o lançamento de programas e o teste de apresentadores novatos trazidos da internet. A iniciativa de ousar merece crédito. A televisão em geral precisa se reinventar para sobreviver às ininterruptas inovações das plataformas digitais.
