Pairam dúvidas sobre o canal da Anhanguera em razão da ausência prolongada de seu dono e principal apresentador, Silvio Santos.
Ele não dá experimente regularmente desde junho. Em setembro participou rapidamente de uma gravação e voltou ao autoisolamento na mansão do Morumbi.
Na semana passada, viajou a Celebration, no estado norte-americano da Flórida, onde tem casa e costuma passar longas temporadas.
Não há data certa para retornar ao Brasil nem às gravações de seu programa dominical. Silvio monitora remotamente tudo o que acontece na emissora.
Ao longo da pandemia ressurgiram boatos de que o empresário venderia o SBT. Teria até estipulado o preço: R$ 1 bilhão. A assessoria da TV negou qualquer negociação.
O Homem do Baú continua a ser o único proprietário, com suas filhas desempenhando funções importantes na empresa.
Questionado por jornalistas se estaria aposentado dos estúdios, ele disse que apenas sentia “preguiça” de ir gravar. Aos 93 anos, mantém boa saúde. Faz tratamento contra o recorrente problema na voz.
Apesar da retração do mercado publicitário em 2021 em consequência da pandemia, e de não produzir um grande sucesso no Ibope há anos, o SBT conseguiu lucro de R$ 141 milhões, o maior entre as principais redes de televisão no Brasil.
De acordo com informações de bastidores, Silvio Santos teria autorizado uma série de mudanças no canal a fim de tentar aumentar a audiência e as receitas com anúncios em 2023.
A começar pela estreia de um telejornal na madrugada — ‘SBT News na TV’, das 2h às 6h, a partir de 16 de janeiro — e a produção de um reality show capaz de chacoalhar a concorrência.
Há expectativa a respeito da próxima novela inédita da emissora, ‘A Infância de Romeu e Julieta’, com estreia em abril. A adaptação da obra de Shakespeare, sem o final trágico, vai suceder a ‘Poliana Moça’.
O folhetim terá a missão de atrair mais público à faixa das 20h30, atualmente com 6 pontos. O SBT chegou a alcançar médias de 10 pontos com outras produções do gênero, como na exibição original de ‘Cúmplices de um Resgate’, entre 2015 e 2016.
Apoiador de Jair Bolsonaro (seu genro, Fábio Faria, foi ministro das Comunicações), Silvio Santos não deve ter atrito com Lula.
O comunicador é camaleônico, se adapta facilmente à situação em prol de seu negócio. Cultivou relação cordial com o petista nos dois primeiros mandatos dele na Presidência.
Entre 2003 e 2010, Lula liberou R$ 1,1 bilhão em propaganda oficial ao SBT, média anual em torno de R$ 140 milhões. Com Bolsonaro, a publicidade federal despencou.