O episódio de estreia do ‘Linha Direta’ com Pedro Bial relembrou o cárcere privado seguido de assassinato da adolescente Eloá Pimentel por seu ex-namorado Lindemberg Alves, em outubro de 2008. Houve citação indireta a Sonia Abrão.
Um promotor de Justiça afirmou que a apresentadora atrapalhou a negociação para que o criminoso libertasse a estudante e se entregasse à polícia.
Sonia conseguiu entrevistar Lindemberg ao vivo no ‘A Tarde é Sua’, da RedeTV. A noção da visibilidade nacional teria induzido o sequestrador a mudar de opinião e manter a situação dramática até o desfecho trágico.
A página da apresentadora no Instagram registra incontáveis mensagens críticas. Algumas delas:
“Uma pena você ter essa mancha na sua trajetória. Tudo pela audiência. Tudo tem um preço”, “Creio que você é a jornalista mais sensacionalista do mundo”, “A imprensa toda teve culpa... Mas, você querendo ser negociadora de crise em um sequestro foi patético”, “Acho que é só a lei do retorno, Sonia. Você fuzila tantos famosos...”, “Você deveria ter sido processada e condenada por atrapalhar o serviço da polícia e contribuir para a morte de uma jovem” “Soninha indo para a geladeira em 3, 2, 1”.
Na mesma proporção, seguidores da apresentadora saírem em defesa dela na rede social.
“Sônia, não vai deixar a Globo de esculachar, né? Deus te proteja!”, “Você é amada e respeitada como jornalista e pessoa! Te amamos!”, “A Globolixo pode tudo, tava demorando fazer algo contra a Sonia”, “O mal do brasileiro é querer culpar uma pessoa que não teve nada com o assunto (...). Sonia, que Deus te proteja”, “Globo faz tudo de caso pensado. Lembrem-se disso. Ela quando quer queimar a imagem de uma pessoa, ela faz sem dó”, “O errou brutal foi da polícia, não da Sonia que estava fazendo o trabalho dela!”
O ‘Linha Direta’ evidenciou a má conduta da imprensa em geral. A Globo fez um mea-culpa ao mostrar que uma de suas repórteres, Zelda Mello, também conversou ao telefone com Lindemberg.
Este colunista recorda de uma apresentadora de outro canal que pediu à refém que desse um ‘tchauzinho’ pela janela. Um programa matinal de grande audiência exibiu ao vivo a outra adolescente envolvida, Nayara, voltando ao apartamento transformado em cativeiro sob a mira do revólver do sequestrador.
Na época, o sociólogo e ex-comandante do BOPE Rodrigo Pimentel disse ao Terra que a ação da mídia foi “irresponsável e criminosa”. Ele enxergou a espetacularização de um crime em nome da audiência.