No capítulo 132 de ‘Terra e Paixão’, previsto para ir ao ar no sábado (7), Ágatha (Eliane Giardini) fará uma nova vítima.
Sentindo-se ameaçada, ela envenena Ruan, o trabalhador rural de Aline (Bárbara Reis), que é espião de Antônio (Tony Ramos).
Em conversa com o Sala de TV, Tairone Vale explica como ocorreu a entrada para o elenco da novela, o desfecho trágico de seu personagem e a experiência de contracenar com ícones da televisão.
Como aconteceu sua escalação para a novela?
Foi curioso. Era final de outubro de 2022 e eu estava em um dia péssimo. Literalmente com uma pá na mão, pois tinha acabado de sepultar a Mel, a gatinha de estimação da minha mãe, quando tocou o telefone. Quando atendi o Fábio Zambroni, produtor de elenco de ‘Terra e Paixão’, e ouvi o convite até meio sem entender direito o que estava acontecendo. Cheguei a perguntar se era para fazer teste, mas ele me disse que era convite para interpretar o Ruan, que o (autor) Walcyr Carrasco e o (diretor) Luiz Henrique Rios já haviam aprovado o meu nome e que bastava eu aceitar para ganhar o papel.
Qual a reação após ‘cair a ficha’?
Fiquei especialmente feliz porque enfrentei muitos problemas particulares e de saúde na família desde o início da pandemia. Estava ainda muito recluso, afastado dos palcos e do mercado desde o final de 2019. Ouvir do Zambroni, com quem eu ainda não havia trabalhado, que ele admirava meu trabalho como ator e receber este convite foi um marco para minha carreira.
É seu trabalho de maior repercussão em TV?
Acho que meu personagem de maior repercussão até agora havia sido o Delegado Nolasco, que foi responsável por atuar em diferentes tramas policiais na novela ‘Segundo Sol’. Ainda assim, foi uma participação e o personagem não acompanhou toda a trama. O Ruan realmente marcou uma nova etapa. É o meu primeiro papel no elenco principal numa novela, o que me deu a oportunidade de participar da etapa inicial de preparação e compor o personagem com mais profundidade, mais camadas. Senti que o fato de ele apresentar nuances diversas e ser ao mesmo tempo ardiloso e ingênuo, manipulador e manipulado, causou sentimentos também conflitantes no público, como raiva e pena. E despertar percepções opostas no espectador é um carimbo de que o ator conseguiu imprimir diferentes facetas no personagem.
Atuar ao lado de grandes referências, como Tony Ramos, gera nervosismo?
Não diria nervosismo, o sentimento é outro. É claro que estar em cena com nomes como Tony, Glória Pires, Eliane Giardini é uma injeção turbo de adrenalina, mas minha relação com adrenalina é um tanto ambígua. Seja num teatro lotado ou em cena com um desses gigantes da teledramaturgia, essa pressão extra de certa forma me relaxa. Saber que você está em cena jogando com um artista de altíssimo nível, que vai te desafiar a responder em uma escala de interpretação com a régua o tempo todo lá em cima, é um motivador incrível. Eu simplesmente amo atuar, amo estar em estado de jogo e quanto mais eu tiver a certeza de que a cena vai me exigir além, mais tranquilo eu fico. Doido, né?
Seu personagem terá um final impactante, o que sempre é bom para o ator. Acha que poderá ressurgir na trama em flashbacks?
Vai haver flashback até porque já gravamos cenas nesse sentido. Mas, tendo aqui o cuidado de não dar spoiler, acredito que o legado de Ruan no decorrer da trama não será por meio de lembranças. Tenho a ‘intuição’ que o destino do Ruan abre caminho para novos desdobramentos.
Ficará disponível para a trama até o último capítulo?
Sim, meu contrato continua até o fim da novela. Tenho alguns trabalhos neste período com teatro e circo, mas sigo em alerta para qualquer convocação dos autores. Por enquanto, nada de mexer na imagem. Cabelo, barba e corpo continuam em alerta caso o Ruan precise de mim.