A ‘Folha de S. Paulo’ desta quinta-feira (21) revela um jantar promovido para reaproximar Michel Temer da cúpula da Globo.
O presidente teve uma conversa reservada com João Roberto Marinho, vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo, do qual fazem parte a TV, o jornal ‘O Globo’ e outros veículos de comunicação.
Durante meses, o chefe do Executivo e a família Marinho ficaram estremecidos em razão da cobertura crítica da emissora no caso JBS – um editorial do grupo chegou a sugerir a renúncia do peemedebista.
Quem imaginou que o canal daria apoio irrestrito à gestão Temer, após ser acusado de ‘golpista’ por supostamente defender o impeachment de Dilma Rousseff, se surpreendeu com a artilharia disparada contra o presidente, especialmente no ‘Jornal Nacional’.
Foram exibidas inúmeras matérias com conteúdo duríssimo e mira certeira: o impopular político não foi poupado em nenhum momento.
Agora, depois de discutirem a relação em particular, resta conferir qual será a postura da Globo ao cobrir as acusações que ainda pesam sobre Temer.
Inimiga número 1 dos líderes nas pesquisas de intenção de voto, Lula e Bolsonaro, a emissora mais poderosa do País terá em 2018 um dos anos mais importantes para o seu telejornalismo.
Sua imparcialidade será checada a todo momento. A Globo não costuma assumir explicitamente nenhuma posição partidária, mas sempre é acusada de beneficiar determinado candidato em prejuízo de outro.
Foi assim, por exemplo, em 1989, na polêmica disputa Lula-Collor, e também em 2014, quando a TV teria privilegiado Aécio Neves ante Dilma em seu noticiário – o que sempre negou veementemente.
Ainda que as redes sociais exerçam cada vez mais influência na decisão de voto de milhões de brasileiros, os telejornais ainda são a grande esperança e a maior preocupação dos candidatos.
Matérias positivas atraem muitos votos, assim como as negativas afastam eleitores. Por isso, a maioria dos políticos prefere uma relação de ‘paz e amor’ com as grandes redes de TV.
Amada e odiada, cortejada e desprezada, a Globo pode ser o melhor ou o pior cabo eleitoral de um concorrente à Presidência da República.
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