Em 2019, o prédio da produtora do Porta dos Fundos foi atacado com coquetéis molotov. O humor politicamente incorreto do grupo desagrada conservadores e a direita. A repórter Alessandra Medina, da revista Ela, encartada aos domingos no jornal O Globo, perguntou a Fábio Porchat, que faz parte do coletivo de vídeos, se ele teme por sua vida.
“Não. Eu tenho mais medo do Bolsonaro ser reeleito”, respondeu. “Também tenho medo do Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. Da Damares (Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos). O presidente montou uma equipe com pessoas que odeiam o que fazem.”
A publicação do Grupo Globo o questionou se o governo federal tem um lado bom. “Começamos a dar mais valor para a democracia. Também estamos saindo da bolha. Temos que conhecer o Brasil profundo”, disse Porchat. Pacifista, ele afirmou que a falta de civilidade no dia a dia o irrita. Explicou a razão de ser contra o porte de armas pelo cidadão comum. “Se tivesse um revólver, ia distribuir tiros.”
Criticar Bolsonaro passou a fazer parte da rotina do comediante. O presidente é citado em todas as entrevistas. “Enveredei pelo lado da política e isso tem funcionado. Estava com medo do público ir contra, de não querer misturar, mas acho que o Brasil está tão político que no fim das contas tudo termina em Bolsonaro um pouco, né?”, explicou em entrevista à coluna de Sonia Racy no Estadão.
Fábio Porchat pode ser visto toda segunda-feira à noite no Papo de Segunda, do GNT, e às terças com o Que História é Essa, Porchat? no mesmo canal. O sucesso desse segundo programa, baseado em histórias pitorescas contadas por famosos e anônimos, fez a Globo abrir espaço em sua programação. A estreia será na quinta-feira (15) às 00h20, após o The Voice Brasil.