A inquietação de Tiago Leifert reflete diretamente em sua carreira profissional. O apresentador vem ganhando cada vez mais espaço dentro da Globo devido ao seu jeito descontraído, que acaba o aproximando do público. De repórter a apresentador e editor-chefe da versão paulista do Globo Esporte , ele se aventura no entretenimento da emissora com transmissões do Carnaval e, pela terceira vez, é o apresentador do reality show musical The Voice Brasil.
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Apesar de receber muitas avaliações positivas em suas empreitadas, Tiago, que é natural da capital paulista, garante ser extremamente autocrítico e não dar muita importância para a opinião de terceiros. "Seleciono muito as pessoas que eu escuto. E acredito que a autocrítica seja fundamental para quem trabalha na TV. Quem não tem, acaba rápido", justifica. Ainda assim, ele se controla para não se cobrar além da conta. “É importante saber se perdoar também. Senão você fica louco”.
Aos 34 anos, ele mostra uma empolgação de menino ao falar do The Voice Brasil , mesmo deixando, ainda que por um tempo curto, o seu carro-chefe, o Globo Esporte . "Fico dividido, 80% aqui e 20% lá. Gosto muito de ambos os projetos e a Fernanda Gentil, que ficou no meu lugar lá, é muito competente", diz, com jeito de pai que precisa escolher qual dos filhos é seu preferido.
Algumas mudanças marcam a terceira temporada do reality. Entre elas, participantes antigos têm a chance de voltar no “Segunda Chance" e, em "No Escuro", alguns candidatos cantarão atrás de uma cortina, escondidos do público. Além disso, a produção, que volta ao ar no dia 18 de setembro, passa a aceitar cantores a partir dos 16 anos. "As novidades mudam um pouco a dinâmica do programa, mas mantêm a essência. Tem tudo para ser o melhor programa de música em anos", garante.
Veja a entrevista com Tiago a seguir:
Às vésperas de estrear a terceira temporada do The Voice Brasil, o que mudou em você como apresentador de entretenimento?
Tiago Leifert: Acho que perdi o medo, estou mais solto. Antes ficava apreensivo com a reação dos candidatos, de como eles lidariam com um "não" dos jurados. Agora tenho noção de que, mesmo não aprovadas, as pessoas estão bem, que ficam bem. E, mesmo que não participem do programa, elas ganham uma visibilidade importante para a carreira delas. Já sei que tudo que acontece ali é para o bem. Então, acho que, mais solto, posso me divertir mais.
E o que essa temporada traz de diferente?
T.L.: Bastante coisa. Desde detalhes pequenos, como uma reorganização das cadeiras dos jurados, até a idade dos cantores, que passou de um mínimo de 18 anos para 16. Além disso, um candidato por semana canta escondido atrás de uma cortina. O objetivo do "No Escuro" é que o telespectador tenha a mesma sensação de apenas ouvir que os jurados experimentam. E a interatividade também vai aumentar. Duas vezes por semana, na terça e na quinta, o The Voice Web é apresentado pela Fernanda Souza na internet. Com conteúdos exclusivos e mais detalhes sobre os jurados, candidatos e eu.
E como fica a edição geral e a apresentação da versão paulista do Globo Esporte enquanto você fica responsável pelo The Voice Brasil ?
T.L.: Estou 80% aqui e 20% por lá. A Fernanda Gentil está no meu lugar e é uma pessoa que gosto muito. Inclusive, foi um palpite meu ela estar lá. Óbvio que a escolha foi dos diretores, mas eu queria muito que fosse ela. Mas ainda tenho algumas pendências lá. Algumas matérias que ainda tenho de fazer, planejamento para 2015, orçamento... Essas coisas. Não me desligo completamente, mas, até 25 de dezembro, fico bem mais focado no entretenimento.
Sua trajetória dentro da Globo vem em uma crescente. Você expandiu seu campo de atuação para além do esporte, com a cobertura do Carnaval e pelo próprio The Voice Brasil . Como avalia essa caminhada?
T.L.: Realmente não tenho do que reclamar, está tudo sendo muito melhor do que eu sempre quis. Amo música, futebol e Carnaval. Preciso estar cada vez mais focado, mais preparado para que essas oportunidades continuem aparecendo. Então, trato cada uma dessas oportunidades como se fosse a primeira e a última. Com o frio na barriga da primeira e o medo de que seja a última. Com essa combinação, eu consigo me concentrar para fazer meu melhor.
Você se considera extremamente autocrítico. Estar à frente de projetos elogiados acaba minimizando essa característica?
T.L.: De forma alguma. Do mesmo jeito que nunca levei as críticas de terceiros tão a sério, não levo os elogios tão a sério. Procuro direcionar muito as pessoas que eu escuto. Se os programas que faço repercutem bem, é porque estou sendo bem dirigido para encontrar a melhor forma de fazer, de achar o tom certo. Mas a autocrítica é fundamental para quem trabalha na TV. É importante saber que o tempo passa, que algum dia alguém vai estar no meu lugar. E, com isso na cabeça, aproveitar o momento que estou vivendo. É importante saber se perdoar também. Senão você fica louco (risos).