No ar desde 2 de dezembro no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, ‘Tieta’ manteve a boa audiência herdada de ‘Alma Gêmea’. Já chegou a marcar média de 16 pontos em um capítulo. Geralmente, fica apenas 1 ponto atrás da trama das 18h, ‘Garota do Momento’.
Ao acessar o app de vídeos TikTok, percebe-se a popularidade do folhetim de 1990: inúmeros cortes de cenas – especialmente das cômicas – recebem milhares de curtidas e comentários elogiosos.
Essa popularidade entre usuários jovens da internet reforça a importância de a teledramaturgia interagir com as novas gerações. Mesmo 30 anos depois, a linguagem criativa de ‘Tieta’ diverte como se fosse um programa de humor.
Há ainda incrível conexão daquele microcosmo de Santana do Agreste com os tempos atuais. A vilã Perpétua (Joana Fomm), por exemplo, representa os extremistas políticos e o radicalismo religioso. Tonha (Yoná Magalhães), casada com o irascível Zé Esteves (Sebastião Vasconcellos), simboliza a mulher oprimida pelo marido machista e violento.
Outras temáticas relevantes estão no roteiro, como assédio sexual, exploração de meninas, demonização do desejo feminino, transexualidade e transfobia, ilusão alienante em relação ao mundo dos famosos e destruição de recursos naturais para atender a interesses econômicos.
Não há didatismo nem militância. Os assuntos estão inseridos de maneira orgânica no dia a dia dos personagens. Escrita por Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzsohn, ‘Tieta’ é uma aula de como se fazer uma novela engraçada com proposta social. Entretenimento de primeira. Daqui a 3 décadas, continuará moderna e hilária.